As leis devem ser a expressão
da vontade geral: de outra sorte não são senão atos de tirania.
Onde as leis não são senão a
vontade dos mais fortes, todas as vontades dos poderosos podem tornar-se leis.
As boas leis e as que mais
duração prometem são aquelas que estão escritas nos costumes, antes de o serem
nos códigos.
As melhores leis do mundo,
consideradas abstratamente, podem ser fatais à sociedade, que para elas não
está preparada.
Sólon dizia que não dera aos
atenienses as melhores leis, mas aquelas, que eles eram capazes de suportar.
As leis devem ser claras,
precisas, uniformes. Interpretá-las, é corrompê-las.
As leis devem ser a justiça
escrita, como o governo é a força concentrada.
As leis carecem de força
quando não tem por base a moral.
Aquilo que se pode fazer pelos
costumes, independentemente das leis, não se deve fazer pelas leis.
As leis se complicam quando se
multiplicam; e a justiça se confunde e se perde no labirinto das leis.
A multiplicidade das leis
depõem contra os costumes, e a multiplicidade dos processos depõem contra as
leis.
De que servem as leis sem os
costumes?
É necessário que as leis se
façam de acordo com o gênio dos povos; aliás nem deve esperar-se que concorram
para a sua felicidade, nem que subsistam.
A subsistência das leis não
depende de que elas se gravem no mármore ou no bronze, mas de que estejam escritas
nos corações.
As leis inúteis enfraquecem as
leis necessárias.
Quanto mais se aumenta o número
das leis, mais elas se tornam desprezíveis.
É essencialmente má toda a lei
que quer especificar tudo.
Um grande número de leis em um
Estado, é um sinal de decadência; como um grande número de médicos à cabeceira
de um enfermo, é um sinal de perigo.
Os soberanos governam os
povos, e as leis governam os soberanos.
Os governos não são fortes
senão pelas leis. Se lhes substituírem o arbítrio, vê-los-eis abalados.
Por mais elevados que vós
possais ser, a lei está sempre acima de vós.
Quem se quer colocar acima das
leis, põe-se fora da lei.
As leis são o escudo da inocência,
o freio dos maus, o terror dos criminosos.
Para fazer as leis é necessário
rigor, e prudência para as executar.
As melhores leis são inúteis,
quando não são executadas; perigosas, quando o são mal.
As leis são como as teias de
aranha: as grandes moscas rompem-nas, e só as pequenas se prendem nelas.
Se as leis são más, o homem
social é pior e mais infeliz que o homem da natureza.
- A lei deve ser como a morte:
não excetuar pessoa alguma.
- As leis de exceção são empréstimos
usurários, que arruínam o poder quando parecem enriquecê-lo.
Falta sempre às leis dos
homens, o que pertence às da natureza: a inflexibilidade.
A necessidade faz a lei, e não
se resigna a recebê-la.
A lei penal, que não é
justificada pela necessidade e pelos costumes, não é senão uma calúnia contra a
sociedade.
As leis absurdas por si mesmas
se destroem.
As leis tirânicas são uma
sementeira de ódio, cuja colheita é a vingança.
As leis de circunstancias são
abolidas por novas circunstancias.
As leis, que são a mais bela
das invenções, não têm podido assegurar a tranquilidade dos povos, sem que lhes
diminuam a liberdade.
As leis penais são fortes
barreiras contra os crimes manifestos; os crimes ocultos não são do alcance das
leis.
A velhice das leis é sagrada,
como a dos homens é venerável.
Perguntado Pausânias porque no
seu país se não queria alterar lei alguma antiga, respondeu: É porque é necessário
que as leis dominem os homens, e não os homens as leis.
Tempere-se como se quiser a
soberania de um Estado; nenhuma lei é capaz de impedir um tirano de abusar da autoridade.
O último grau de perversidade,
é o fazer servir as leis à injustiça.
O maior inimigo que tem aparecido
das leis, e o antigo rifão, que a salvação do povo é a suprema lei. Ela tem
atravessado um grande número de séculos, forjando cadeias, derramando sangue,
despovoando a terra.
A lei do Senhor é mais durável
que o ouro, mais preciosa que as pedrarias, mais doce que o mel mais precioso.
Os mais sábios legisladores
são aqueles que tratam mais de reformar que de inovar; e que mais acertados
esforços praticam por travar este mundo com o outro, a vida presente com a vida
futura.
Querendo-se saber de Arquidamo,
quem era o Senhor de Esparta, Arquidamo disse que as leis, e depois delas os
magistrados em conformidade com as leis.
Perguntando-se a um Rei de
Esparta, como tinha ele sido banido, sendo Rei, respondeu: É porque lá prevalecem
as leis.
Bias chorava condenando um
homem à morte. Se choras, se lhe disse, por que o condenaste? É necessário,
respondeu ele, obedecer à lei e seguir a natureza que nos inspira a piedade.
- Era admirável aquela inscrição
das Termófilas: Peregrino, vai dizer a Esparta que nós estamos aqui mortos, por
obedecermos as suas santas leis.
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