Último Capítulo
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2017)
Há entre os suicidas
um excelente costume, que é não deixar a vida sem dizer o motivo e as
circunstâncias que os armam contra ela. Os que se vão calados, raramente é por
orgulho; na maior parte dos casos ou não têm tempo, ou não sabem escrever.
Costume excelente: em primeiro lugar, é um ato de cortesia, não sendo este
mundo um baile, de onde um homem possa esgueirar-se antes do cotilhão; em
segundo lugar, a imprensa recolhe e divulga os bilhetes póstumos, e o morto
vive ainda um dia ou dois, às vezes uma semana mais.
Pois apesar da
excelência do costume, era meu propósito sair calado. A razão é que, tendo sido
caipora em minha vida toda, temia que qualquer palavra última pudesse levar-me
alguma complicação à eternidade. Mas um incidente de há pouco trocou-me o
plano, e retiro-me deixando, não só um escrito, mas dois. O primeiro é o meu
testamento, que acabo de compor e fechar, e está aqui em cima da mesa, ao pé da
pistola carregada. O segundo é este resumo de autobiografia. E note-se que não
dou o segundo escrito senão porque é preciso esclarecer o primeiro, que
pareceria absurdo ou ininteligível, sem algum comentário. Disponho ali que,
vendidos os meus poucos livros, roupa de uso e um casebre que possuo em
Catumbi, alugado a um carpinteiro, seja o produto empregado em sapatos e botas
novas, que se distribuirão por um modo indicado, e confesso que extraordinário.
Não explicada a razão de um tal legado, arrisco a validade do testamento. Ora,
a razão do legado brotou do incidente de há pouco, e o incidente liga-se à
minha vida inteira.
Chamo-me Matias
Deodato de Castro e Melo, filho do sargento-mor Salvador Deodato de Castro e
Melo e de D. Maria da Soledade Pereira, ambos falecidos. Sou natural de Corumbá,
Mato Grosso; nasci em 3 de março de 1820; tenho, portanto, cinquenta e um anos,
hoje, 3 de março de 1871.
Repito, sou um grande
caipora, o mais caipora de todos os homens. Há uma locução proverbial, que eu
literalmente realizei. Era em Corumbá; tinha sete para oito anos, embalava-me
na rede, à hora da sesta, em um quartinho de telha-vã; a rede, ou por estar
frouxa a argola, ou por impulso demasiado violento da minha parte,
desprendeu-se de uma das paredes, e deu comigo no chão. Caí de costas; mas, assim
mesmo de costas, quebrei o nariz, porque um pedaço de telha, mal seguro, que só
esperava ocasião de vir abaixo, aproveitou a comoção e caiu também. O ferimento
não foi grave nem longo; tanto que meu pai caçoou muito comigo. O Cônego Brito,
de tarde, ao ir tomar guaraná conosco, soube do episódio e citou o rifão,
dizendo que era eu o primeiro que cumpria exatamente este absurdo de cair de
costas e quebrar o nariz. Nem um nem outro imaginava que o caso era um simples
início de coisas futuras.
Não me demoro em
outros reveses da infância e da juventude. Quero morrer ao meio-dia, e passa de
onze horas. Além disso, mandei fora o rapaz que me serve, e ele pode vir mais
cedo, e interromper-me a execução do projeto mortal. Tivesse eu tempo, e
contaria pelo miúdo alguns episódios doloridos, entre eles, o de umas cacetadas
que apanhei por engano. Tratava-se do rival de um amigo meu, rival de amores e
naturalmente rival derrubado. O meu amigo e a dama indignaram-se com as
pancadas quando souberam da aleivosia do outro; mas aplaudiram secretamente a
ilusão. Também não falo de alguns achaques que padeci. Corro ao ponto em que
meu pai, tendo sido pobre toda a vida, morreu pobríssimo, e minha mãe não lhe
sobreviveu dois meses. O Cônego Brito, que acabava de sair eleito deputado,
propôs então trazer-me ao Rio de Janeiro, e veio comigo, com a ideia de
fazer-me padre; mas cinco dias depois de chegar morreu. Vão vendo a ação
constante do caiporismo.
Fiquei só, sem amigos,
nem recursos, com dezesseis anos de idade. Um cônego da Capela Imperial
lembrou-se de fazer-me entrar ali de sacristão; mas, posto que tivesse ajudado
muita missa em Mato Grosso, e possuísse algumas letras latinas, não fui
admitido, por falta de vaga. Outras pessoas induziram-me então a estudar
direito, e confesso que aceitei com resolução. Tive até alguns auxílios, a
princípio; faltando-me eles depois, lutei por mim mesmo; enfim alcancei a carta
de bacharel. Não me digam que isto foi uma exceção na minha vida caipora,
porque o diploma acadêmico levou-me justamente a coisas mui graves; mas, como o
destino tinha de flagelar-me, qualquer que fosse a minha profissão, não atribuo
nenhum influxo especial ao grau jurídico. Obtive-o com muito prazer, isso é
verdade; a idade moça, e uma certa superstição de melhora, faziam-me do
pergaminho uma chave de diamante que iria abrir todas as portas da fortuna.
E, para principiar, a
carta de bacharel não me encheu sozinha as algibeiras. Não, senhor; tinha ao
lado dela umas outras, dez ou quinze, fruto de um namoro travado no Rio de
Janeiro, pela semana santa de 1842, com uma viúva mais velha do que eu sete ou
oito anos, mas ardente, lépida e abastada. Morava com um irmão cego, na Rua do
Conde; não posso dar outras indicações. Nenhum dos meus amigos ignorava este
namoro; dois deles até liam as cartas, que eu lhes mostrava, com o pretexto de
admirar o estilo elegante da viúva, mas realmente para que vissem as finas
coisas que ela me dizia. Na opinião de todos, o nosso casamento era certo, mais
que certo; a viúva não esperava senão que eu concluísse os estudos. Um desses
amigos, quando eu voltei graduado, deu-me os parabéns, acentuando a sua
convicção com esta frase definitiva:
— O teu casamento é um
dogma.
E, rindo, perguntou-me
se, por conta do dogma, poderia arranjar-lhe cinquenta mil-réis; era para uma
urgente precisão. Não tinha comigo os cinquenta mil-réis; mas o dogma repercutia ainda tão docemente no meu
coração, que não descansei em todo esse dia, até arranjar-lhos; fui levá-los eu
mesmo, entusiasmado; ele recebeu-os, cheio de gratidão. Seis meses depois foi
ele quem casou com a viúva.
Não digo tudo o que
então padeci; digo só que o meu primeiro impulso foi dar um tiro em ambos; e,
mentalmente, cheguei a fazê-lo; cheguei a vê-los, moribundos, arquejantes,
pedirem-me perdão. Vingança hipotética; na realidade, não fiz nada. Eles
casaram-se, e foram ver do alto da Tijuca a ascensão da lua-de-mel. Eu fiquei
relendo as cartas da viúva. "Deus, que me ouve (dizia uma delas), sabe que
o meu amor é eterno, e que eu sou tua, eternamente tua..." E, no meu
atordoamento, blasfemava comigo: — Deus é um grande invejoso; não quer outra
eternidade ao pé dele, e por isso desmentiu a viúva: — nem outro dogma além do
católico, e por isso desmentiu o meu amigo. Era assim que eu explicava a perda
da namorada e dos cinquenta mil-réis.
Deixei a capital, e
fui advogar na roça, mas por pouco tempo. O caiporismo foi comigo, na garupa do
burro, e onde eu me apeei, apeou-se ele também. Vi-lhe o dedo em tudo, nas
demandas que não vinham, nas que vinham e valiam pouco ou nada, e nas que,
valendo alguma coisa, eram invariavelmente perdidas. Além de que os
constituintes vencedores são em geral mais gratos que os outros, a sucessão de
derrotas foi arredando de mim os demandistas. No fim de algum tempo, ano e
meio, voltei à Corte, e estabeleci-me com um antigo companheiro de ano: o
Gonçalves.
Este Gonçalves era o
espírito menos jurídico, menos apto para entestar com as questões de direito.
Verdadeiramente era um pulha. Comparemos a vida mental a uma casa elegante; o
Gonçalves não aturava dez minutos a conversa do salão, esgueirava-se, descia à
copa e ia palestrar com os criados. Mas compensava essa qualidade inferior com
certa lucidez, com a presteza de compreensão, nos assuntos menos árduos ou
menos complexos, com a facilidade de expor, e, o que não era pouco para um
pobre-diabo batido da fortuna, com uma alegria quase sem intermitências. Nos
primeiros tempos, como as demandas não vinham, matávamos as horas com excelente
palestra, animada e viva, em que a melhor parte era dele, ou falássemos de
política, ou de mulheres, assunto que lhe era muito particular.
Mas as demandas vieram
vindo; entre elas uma questão de hipoteca. Tratava-se da casa de um empregado
da alfândega, Temístocles de Sá Botelho, que não tinha outros bens, e queria
salvar a propriedade. Tomei conta do negócio. O Temístocles ficou encantado
comigo: e, duas semanas depois, como eu lhe dissesse que não era casado,
declarou-me rindo que não queria nada com solteirões. Disse-me outras coisas e
convidou-me a jantar no domingo próximo. Fui; namorei-me da filha dele, D.
Rufina, moça de dezenove anos, bem bonita, embora um pouco acanhada e meia
morta. Talvez seja a educação, pensei eu. Casamo-nos poucos meses depois. Não
convidei o caiporismo, é claro; mas na igreja, entre as barbas rapadas e as
suíças lustrosas, pareceu-me ver o carão sardônico e o olhar oblíquo do meu
cruel adversário. Foi por isso que, no ato mesmo de proferir a fórmula sagrada
e definitiva do casamento, estremeci, hesitei, e, enfim, balbuciei a medo o que
o padre me ditava...
Estava casado. Rufina
não dispunha, é verdade, de certas qualidades brilhantes e elegantes; não
seria, por exemplo, e desde logo, uma dona de salão. Tinha, porém, as
qualidades caseiras, e eu não queria outras. A vida obscura bastava-me; e,
contanto que ela ma enchesse, tudo iria bem. Mas esse era justamente o agro da
empresa. Rufina (permitam-me esta figuração cromática) não tinha a alma negra
de lady Macbeth, nem a
vermelha de Cleópatra, nem a azul de Julieta, nem a alva de Beatriz, mas
cinzenta e apagada como a multidão dos seres humanos. Era boa por apatia, fiel
sem virtude, amiga sem ternura nem eleição. Um anjo a levaria ao céu, um diabo
ao inferno, sem esforço em ambos os casos, e sem que, no primeiro lhe coubesse
a ela nenhuma glória, nem o menor desdouro no segundo. Era a passividade do
sonâmbulo. Não tinha vaidades. O pai armou-me o casamento para ter um genro
doutor; ela, não; aceitou-me como aceitaria um sacristão, um magistrado, um
general, um empregado público, um alferes, e não por impaciência de casar, mas
por obediência à família, e, até certo ponto, para fazer como as outras.
Usavam-se maridos; ela queria usar também o seu. Nada mais antipático à minha
própria natureza; mas estava casado.
Felizmente — ah! um
felizmente neste último capítulo de um caipora, é, na verdade, uma anomalia;
mas vão lendo, e verão que o advérbio pertence ao estilo, não à vida; é um modo
de transição e nada mais. O que vou dizer não altera o que está dito. Vou dizer
que as qualidades domésticas de Rufina davam-lhe muito mérito. Era modesta; não
amava bailes, nem passeios, nem janelas. Vivia consigo. Não mourejava em casa,
nem era preciso; para dar-lhe tudo, trabalhava eu, e os vestidos e chapéus,
tudo vinha "das francesas", como então se dizia, em vez de modistas.
Rufina, no intervalo das ordens que dava, sentava-se horas e horas, bocejando o
espírito, matando o tempo, uma hidra de cem cabeças, que não morria nunca; mas,
repito, com todas essas lacunas, era boa dona de casa. Pela minha parte, estava
no papel das rãs que queriam um rei; a diferença é que, mandando-me Júpiter um
cepo, não lhe pedi outro, porque viria a cobra e engolia-me. Viva o cepo! disse
comigo. Nem conto estas coisas, senão para mostrar a lógica e a constância do
meu destino.
Outro felizmente;
e este não é só uma transição de frase. No fim de ano e meio, abotoou no
horizonte uma esperança, e, a calcular pela comoção que me deu a notícia, uma
esperança suprema e única. Era o desejado que chegava. Que desejado? Um filho.
A minha vida mudou logo. Tudo me sorria como um dia de noivado. Preparei-lhe um
recebimento régio; comprei-lhe um rico berço, que me custou bastante; era de
ébano e marfim, obra acabada; depois, pouco a pouco, fui comprando o enxoval;
mandei-lhe coser as mais finas cambraias, as mais quentes flanelas, uma linda
touca de renda, comprei-lhe um carrinho, e esperei, esperei, pronto a bailar
diante dele, como Davi diante da arca... Ai, caipora! a arca entrou vazia em
Jerusalém; o pequeno nasceu morto.
Quem me consolou no
malogro foi o Gonçalves, que devia ser padrinho do pequeno, e era amigo,
comensal e confidente nosso. Tem paciência, disse-me; serei padrinho do que
vier. E confortava-me, falava-me de outras coisas, com ternura de amigo. O
tempo fez o resto. O próprio Gonçalves advertiu-me depois que, se o pequeno
tinha de ser caipora, como eu dizia que era, melhor foi que nascesse morto.
— E pensas que não?
redargui.
Gonçalves sorriu; ele
não acreditava no meu caiporismo. Verdade é que não tinha tempo de acreditar em
nada; todo era pouco para ser alegre. Afinal, começara a converter-se à
advocacia, já arrazoava autos, já minutava petições, já ia às audiências, tudo
porque era preciso viver, dizia ele. E alegre sempre. Minha mulher achava-lhe
muita graça, ria longamente dos ditos dele, e das anedotas, que às vezes eram
picantes demais. Eu, a princípio, repreendia-o em particular, mas acostumei-me
a elas. E depois, quem é que não perdoa as facilidades de um amigo, e de um
amigo jovial? Devo dizer que ele mesmo se foi refreando, e dali a algum tempo,
comecei a achar-lhe muita seriedade. Estás namorado, disse-lhe um dia; e ele,
empalidecendo, respondeu que sim, e acrescentou sorrindo, embora frouxamente,
que era indispensável casar também. Eu, à mesa, falei do assunto.
— Rufina, você sabe
que o Gonçalves vai casar?
— É caçoada dele,
interrompeu vivamente o Gonçalves.
Dei ao diabo a minha
indiscrição, e não falei mais nisso; nem ele. Cinco meses depois... A transição
é rápida; mas não há meio de a fazer longa. Cinco meses depois, adoeceu Rufina,
gravemente, e não resistiu oito dias; morreu de uma febre perniciosa.
Coisa singular: em
vida, a nossa divergência moral trazia a frouxidão dos vínculos, que se
sustinham principalmente da necessidade e do costume. A morte, com o seu grande
poder espiritual, mudou tudo; Rufina apareceu-me como a esposa que desce do
Líbano, e a divergência foi substituída pela total fusão dos seres. Peguei da
imagem, que enchia a minha alma, e enchi com ela a vida, onde outrora ocupara
tão pouco espaço e por tão pouco tempo. Era um desafio à má estrela; era
levantar o edifício da fortuna em pura rocha indestrutível. Compreendam-me bem;
tudo o que até então dependia do mundo exterior, era naturalmente precário: as
telhas caíam com o abalo das redes, as sobrepelizes recusavam-se aos
sacristães, os juramentos das viúvas fugiam com os dogmas dos amigos, as
demandas vinham trôpegas ou iam-se de mergulho; enfim, as crianças nasciam
mortas. Mas a imagem de uma defunta era imortal. Com ela podia desafiar o olhar
oblíquo do mau destino. A felicidade estava nas minhas mãos, presa, vibrando no
ar as grandes asas de condor, ao passo que o caiporismo, semelhante a uma
coruja, batia as suas na direção da noite e do silêncio...
Um dia, porém,
convalescendo de uma febre, deu-me na cabeça inventariar uns objetos da finada
e comecei por uma caixinha, que não fora aberta, desde que ela morreu, cinco
meses antes. Achei uma multidão de coisas minúsculas, agulhas, linhas,
entremeios, um dedal, uma tesoura, uma oração de São Cipriano, um rol de roupa,
outras quinquilharias, e um maço de cartas, atado por uma fita azul. Deslacei a
fita e abri as cartas: eram do Gonçalves... Meio-dia! Urge acabar; o moleque
pode vir, e adeus. Ninguém imagina como o tempo corre nas circunstâncias em que
estou; os minutos voam como se fossem impérios, e, o que é importante nesta
ocasião, as folhas de papel vão com eles.
Não conto os bilhetes
brancos, os negócios abortados, as relações interrompidas; menos ainda outros
acintes ínfimos da fortuna. Cansado e aborrecido, entendi que não podia achar a
felicidade em parte nenhuma; fui além: acreditei que ela não existia na terra,
e preparei-me desde ontem para o grande mergulho na eternidade. Hoje, almocei,
fumei um charuto, e debrucei-me à janela. No fim de dez minutos, vi passar um
homem bem trajado, fitando a miúdo os pés. Conhecia-o de vista; era uma vítima
de grandes reveses, mas ia risonho, e contemplava os pés, digo mal, os sapatos.
Estes eram novos, de verniz, muito bem talhados, e provavelmente cosidos a
primor. Ele levantava os olhos para as janelas, para as pessoas, mas tornava-os
aos sapatos, como por uma lei de atração, anterior e superior à vontade. Ia
alegre; via-se-lhe no rosto a expressão da bem-aventurança. Evidentemente era
feliz; e, talvez, não tivesse almoçado; talvez mesmo não levasse um vintém no
bolso. Mas ia feliz, e contemplava as botas.
A felicidade será um
par de botas? Esse homem, tão esbofeteado pela vida, achou finalmente um riso
da fortuna. Nada vale nada. Nenhuma preocupação deste século, nenhum problema
social ou moral, nem as alegrias da geração que começa, nem as tristezas da que
termina, miséria ou guerra de classes; crises da arte e da política, nada vale,
para ele, um par de botas. Ele fita-as, ele respira-as, ele reluz com elas, ele
calca com elas o chão de um globo que lhe pertence. Daí o orgulho das atitudes,
a rigidez dos passos, e um certo ar de tranquilidade olímpica... Sim, a
felicidade é um par de botas.
Não é outra a explicação
do meu testamento. Os superficiais dirão que estou doido, que o delírio do
suicida define a cláusula do testador; mas eu falo para os sapientes e para os
malfadados. Nem colhe a objeção de que era melhor gastar comigo as botas, que
lego aos outros; não, porque seria único. Distribuindo-as, faço um certo número
de venturosos. Eia, caiporas! que a minha última vontade seja cumprida. Boa
noite, e calçai-vos!
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