

Jornal
“O Dia”, 2 de fevereiro de 1910
Findou-se
anteontem, na Capital Federal, onde sempre residiu, o ilustre catarinense, Dr.
Luís Delfino, o laureado poeta cujo estro inextinguível produziu sem cansaço
por longa série de anos as mais belas pérolas em estrofes rimadas.
Espírito
grandemente culto, alma de elite, coração que era repositório de bondades
infindas, Luís Delfino foi sempre admirado pelo esplendor e grandeza de suas
produções, que o transformaram em um ídolo, especialmente para a mocidade que
surgia no campo da Poesia e que no santuário de seu lar onde ele a afagava com
os carinhos de pai amoroso, ia respeitosa e submissa ouvir o Mestre, pedir ao
Mestre que a guiasse, que a ensinasse.
E ele o
fazia com simplicidade e amor dos bons, com a benevolência dos fortes.
***
Luís Delfino nasceu nesta cidade a 25 de agosto de 1934, contando portanto 76 anos incompletos.
Doutorou-se
em Medicina na Faculdade do Rio em 1857, defendendo brilhante tese e sendo
escolhido o orador, no ato da colação do grau.
Após a
Proclamação da República foi eleito Senador, tomando parte da Constituinte.
A terra catarinense
perde em Luís Delfino um de seus filhos mais nobres pelo talento e pelas
virtudes.
O Brasil e
especialmente a Poesia nacional choram o desaparecimento deste vulto gigantesco,
que os imortalizou com a grandeza e sublimidade de seus versos.
***
À respeitável família do extinto e especialmente ao nosso amigo comendador José Delfino dos Santos, seu digno irmão, acompanhamos no seu profundo pesar.
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