
Autor: Rabindranath Tagore
Tradutor: Bastos Portella
Ano: 1927.
Eu vi a tua imagem, 
na minha imaginação... 
Depois, deixei meu barco
abandonado, 
sobre as águas do rio, em meio
 à escuridão.
Surge, agora, a manhã! 
As flores da Primavera 
estão desabrochando... 
Porém, mesmo que a luz falte, 
as flores murchem 
e morra a Primavera, 
seguirei sempre navegando, 
navegando...
Quando me apareceste, 
o mundo mau dormia... 
E a sombra estava nua... 
Agora...  ouves os sinos? Que alegria!
Rutila um sol, ardente e
louro, ardente e louro,
banhando a rua... 
E o meu barquinho está pesado,
cheio de ouro...
Porém, mesmo que a voz dos
sinos emudeça 
e o meu barco, depois, fique vazio,
seguirei sempre navegando, 
navegando, 
sobre as águas do rio... 
Algumas barcas já se foram... 
Outras estão aparelhadas...
— Oh, também vou partir!
Olha as velas enfunadas 
e as aves que chegaram da
outra banda!... 
Porém mesmo que as velas não
me ajudem 
e se perca a mensagem, 
que hei de levar daqui, para
além da outra praia...
seguirei sempre navegando 
navegando, 
imagem 
e vendo a tua  imagem
sobre a praia...
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Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2018)

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