Fraque
Queixava-se Emílio de Menezes, certa vez,
ao alfaiate Almeida Rabelo, de não poder comparecer a certos lugares por falta
de um fraque.
— E aquele com que você andava há
tempos? —indagou o costureiro.
— Esse não presta mais, não tem botões.
— Pois traga o fraque que eu lhe prego
os botões — propôs o Almeida.
Dias depois, aparecia Emílio na
alfaiataria com um embrulho pequenino, que tirou da algibeira.
— Ó Rabelo! — chamou.
E dando-lhe o embrulhinho:
— Prega-me um fraque nesses botões...
Sim?
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O Imparcial, 11
de setembro de 1923.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iva Mendes (2019)
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