
A carpideira e a viúva

Ai, ai, ai,
Quem lá vai, lá vai.
Passou uma mulher e
perguntou-lhe o que é que ela estava a fazer; respondeu a carpideira:
Estou a chorar
O marido alheio,
Por um alqueire
De centeio;
Não sei se mo dão
Meado ou cheio.
A anojada, que já não podia
encobrir a satisfação de se achar livre do que a tocava, começou aos saltos e a
responder-lhe:
Há de ser calcado
E acuculado,
E ainda por cima
Mais um punhado;
Contanto que fique
Bem depenado.
(Airão, Terra da Feira, Coimbra)
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Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
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