![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvbWYYZNISxWJt8NtWV7YgBtI932VaJkkosIeX5SkI8cXZ83ivF72rZL2VBtkzKKT3_mjaBuSvyz7fbfHvTIQJRXW3Mk_bsAYEJDFGc2H6Sv1mcWFWUJ4nJncSbZrNzK2vZvI91eTyxZE/s1600/osorio-taja.jpg)
O leão e o bicho homem
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7UYKSOossWN1tMLrLe4_kWOb57QSdbAEpfJ-6ljGj6ylpWrZxjev6xCd5mM9Gxt_8gh_alHF6_N8rShaQy51Sm66mk51v42WGibU6aFx-dilyDMhwXQPWAPXGr8EdSJKM4NKwlr710AaV/s320/Ana+de+Castro+Os%25C3%25B3rio+-+17.jpg)
Com todos os bichos, os mais
valentes e aguerridos, experimentara, sempre vitorioso, o seu poder. Estava por
isto muito satisfeito consigo próprio. Mas um dia deu em pensar que lhe faltava
medir forças com o bicho homem.
— Assim (dizia o leão soberbo de
si para consigo), não tenho o a certeza de ser o Rei de todos os bichos, embora
tenha submetido ao meu poder os que conheço. Vou-me à procura do bicho homem,
para experimentarmos forças.
Pôs-se a caminho e, depois de
muito andar, encontrou um rapazito a quem perguntou:
— Olha cá, ó amigo, tu é que és o
bicho homem?
— Não, senhor, ainda o não sou
(respondeu o rapaz).
Foi o leão andando, até que
encontrou um velho, muito velho e cansado, a quem disse logo:
— Ouve bem e não me enganes. És
tu, na verdade, o bicho homem?
— Já o fui, já não o sou
(respondeu o velho com tristeza).
O leão continuou a sua jornada, a
ver se encontrava o bicho homem. Foi andando e pesquisando, até que, ao
atravessar uma floresta, deparou com um caçador, novo e forte, a quem se
dirigiu, perguntando:
— Serás tu, por acaso, o bicho
homem?
— Sou eu, sou (respondeu o
caçador).
Que queres tu de mim?
— Quero bater-me contigo, a ver
se porventura és mais forte do que eu.
— Ah, queres? Pois então vamos a
isso! E o caçador, pondo a arma à cara, fez fogo.
O leão, espantado e aflito, deu
dois pulos e, deitando a correr, só parou muito longe, gritando então:
— Já não quero nada com o bicho
homem! É mais forte do que eu, pois que só com um espirro me fez fugir.
---
Fonte:
Ana De Castro Osório: “Contos, fábulas, facécias e exemplos da tradição popular portuguesa” (editado a partir da edição da Bibliôtronica Portuguesa)
Fonte:
Ana De Castro Osório: “Contos, fábulas, facécias e exemplos da tradição popular portuguesa” (editado a partir da edição da Bibliôtronica Portuguesa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...