Recentemente
foi aprovada, sob os aplausos dos empresários e com o estardalhaço da mídia, a famigerada "Reforma da
Previdência". Políticos mamadores
do dinheiro público, jornalistas bajuladores e ingênuos úteis bateram palmas e
espocaram champanhe para comemorar tão extraordinária "façanha".
Animados, agora eles falam em outras reformas. Querem mexer nos direitos
trabalhistas e ampliar ainda mais os lucros com os impostos. Enquanto isso, como
não poderia ser de outra forma, jogam para debaixo do tapete da vigarice a
reforma pela qual de fato todo cidadão brasileiro tanto anseia, qual seja: a
reforma política.
Por
que, afinal, pouco se fala em acabar de uma vez por todas com o rosário de
privilégios acumulados por esta casta que, no sistema atual, pouco faz para o bem
do Brasil, senão em legislar em causa própria, ampliando paulatinamente as
benesses advindas do dinheiro do povo? O fundo partidário (modificado
recentemente) não me deixa mentir.
Por
que não ampliar a discussão acerca do fim das malditas "cotas", com
as quais esses sanguessugas do "sangue público" desfrutam de carros
de luxo, auxílio moradia, auxílio alimentação, roupas, cartões de crédito, IPhones, assinaturas de periódicos,
passagens aéreas, entre tantas outras regalias?
Por
que não atacar com toda energia a tal "verba de
gabinete", com a qual o dinheiro do povo é usado para bancar salários
altíssimos de até 25 funcionários para cada Deputado Federal?
Por
que não escancarar com exaustão os vergonhosos "salários extras", que
os fazem acumular até 15 salários anuais?
Por
que não tratar aberta e exaustivamente a infame "verba do paletó",
que faz com que cada Deputado receba duas parcelas iguais ao salário no começo
e no fim do mandato para ajuda de custo na aquisição de terno e gravata?
Por
que não expor ao escrutínio público o vergonhoso "auxílio saúde", com
o qual os congressistas podem recorrer a qualquer centro de saúde, de qualquer
local do país ou do exterior, contando ainda com reembolso de todos os gastos
relacionados a tratamentos médicos, inclusive para seus dependentes?
Por
que não dar uma basta na mamata dos ex-presidentes da República, os quais mesmo
atrás das grades podem contar com dois veículos, além de dois servidores, sendo
dois assessores, dois motoristas e quatro servidores para segurança e apoio
pessoal?
Por
que não discutir e exigir a redução do número de vereadores e deputados, os
quais em tão grande quantidade apenas fazem elevar sobremaneira os gastos
públicos, para tão poucos resultados práticos?
Por
que não se impor com vigor a fim de que deputados e senadores tenham jornadas
de trabalho como qualquer outro cidadão brasileiro, exercendo suas atividades
todos os dias da semana?
Por
que não atacar de frente o obsceno "Fundo Partidário", com o qual o
dinheiro do povo é utilizado para bancar projetos de vida de pessoas com as
quais não temos a menor identificação ideológica?
Enfim,
por que se fala tanto em reforma da previdência, reforma tributária, reforma
trabalhista etc., e pouco se enfatiza a reforma política, com a qual seja possível,
se não acabar completamente, ao menos reduzir de maneira drástica toda essa
ladroeira oficializada?
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Por: Iba Mendes (outubro de 2019)
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