10/27/2019

O que nos interessa


O que nos interessa

Recentemente foi aprovada, sob os aplausos dos empresários e com o estardalhaço da mídia,  a famigerada "Reforma da Previdência". Políticos mamadores do dinheiro público, jornalistas bajuladores e ingênuos úteis bateram palmas e espocaram champanhe para comemorar tão extraordinária "façanha". Animados, agora eles falam em outras reformas. Querem mexer nos direitos trabalhistas e ampliar ainda mais os lucros com os impostos. Enquanto isso, como não poderia ser de outra forma, jogam para debaixo do tapete da vigarice a reforma pela qual de fato todo cidadão brasileiro tanto anseia, qual seja: a reforma política.

Por que, afinal, pouco se fala em acabar de uma vez por  todas com o rosário de privilégios acumulados por esta casta que, no sistema atual, pouco faz para o bem do Brasil, senão em legislar em causa própria, ampliando paulatinamente as benesses advindas do dinheiro do povo? O fundo partidário (modificado recentemente) não me deixa mentir.

Por que não ampliar a discussão acerca do fim das malditas "cotas", com as quais esses sanguessugas do "sangue público" desfrutam de carros de luxo, auxílio moradia, auxílio alimentação, roupas, cartões de crédito, IPhones, assinaturas de periódicos, passagens aéreas, entre tantas outras regalias?

Por que não atacar com toda energia a tal "verba de gabinete", com a qual o dinheiro do povo é usado para bancar salários altíssimos de até 25 funcionários para cada Deputado Federal?

Por que não escancarar com exaustão os vergonhosos "salários extras", que os fazem acumular até 15 salários anuais?

Por que não tratar aberta e exaustivamente a infame "verba do paletó", que faz com que cada Deputado receba duas parcelas iguais ao salário no começo e no fim do mandato para ajuda de custo na aquisição de terno e gravata?

Por que não expor ao escrutínio público o vergonhoso "auxílio saúde", com o qual os congressistas podem recorrer a qualquer centro de saúde, de qualquer local do país ou do exterior, contando ainda com reembolso de todos os gastos relacionados a tratamentos médicos, inclusive  para seus dependentes?

Por que não dar uma basta na mamata dos ex-presidentes da República, os quais mesmo atrás das grades podem contar com dois veículos, além de dois servidores, sendo dois assessores, dois motoristas e quatro servidores para segurança e apoio pessoal?

Por que não discutir e exigir a redução do número de vereadores e deputados, os quais em tão grande quantidade apenas fazem elevar sobremaneira os gastos públicos, para tão poucos resultados práticos?

Por que não se impor com vigor a fim de que deputados e senadores tenham jornadas de trabalho como qualquer outro cidadão brasileiro, exercendo suas atividades todos os dias da semana?

Por que não atacar de frente o obsceno "Fundo Partidário", com o qual o dinheiro do povo é utilizado para bancar projetos de vida de pessoas com as quais não temos a menor identificação ideológica?

Enfim, por que se fala tanto em reforma da previdência, reforma tributária, reforma trabalhista etc., e pouco se enfatiza a reforma política, com a qual seja possível, se não acabar completamente, ao menos reduzir de maneira drástica toda essa ladroeira oficializada?

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Por: Iba Mendes (outubro de 2019)

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