Fidel Castro, um dos maiores
assassinos de todos os tempos completou 90 anos de idade. Em nome “de la Revolución”
ele deixou um rastro de sangue que dificilmente se apagará dos anais da História.
Estima-se que ordenou mais de 50 mil fuzilamentos, além de assassinatos sem
julgamentos, de prisões arbitrárias e desumanas, de perseguições políticas e
religiosas etc. Com todo esse histórico pavoroso, ainda assim foi congratulado
por influentes líderes políticos ao redor do mundo, dentre os quais “el
camarada” Lula, que escreveu: “Parabéns
pelos 90 anos de uma vida tão intensa; uma vida que marcou a história de Cuba e
de todo o mundo.”
A longevidade de homens cruéis é
certamente um dos grandes dilemas à filosofia dos que acreditam no “aqui se
faz, aqui se paga”. Como conciliar a justiça divina com as injustiças dos
homens? Eis aí um ponto deveras intrigante aos teólogos e pensadores da
religião. O sofrimento de pessoas boas confrontado com a boa vida de gente perversa
desponta assim como um desafio insuperável aos que creem.
Recentemente uma conhecida
cantora evangélica perdeu o filho de 17 anos, vítima de meningite e encefalite
herpética. Ao comentar o assunto nas redes sociais, escreveu: “O Senhor deu, o Senhor tomou. Louvado seja o
nome do Senhor.”
A necessidade de uma justificativa
que conforte a própria fé e que também satisfaça a crença alheia talvez explique
este doloroso argumento. Imaginar que um
pai amoroso retire um valioso presente que lhe deu é um tipo
de raciocínio que escapa a qualquer premissa lógica. A dor extrema da perda é a
única explicação.
Na antiga mitologia grega tal
entendimento não causaria qualquer embaraço aos crentes, uma vez que seus
deuses eram notadamente vingativos e violentos. No âmbito específico do Cristianismo, porém, há
uma enorme dificuldade em lidar com a questão o sofrimento humano, principalmente
quando se leva em conta os atributos de Jesus Cristo, que se caracterizam pelo
o amor ao próximo e a compaixão aos sofredores.
Aos que estão imersos neste mar
de dor, lançar a culpa em Deus é um ato de puro desespero, que pode ser
justificado pela necessidade absoluta de uma mente que crê e que precisa de resposta
para não perder a fé; aos que estão de fora, isto é, aos que ainda não foram
feridos pelos espinhos da vida, restam zombar das cicatrizes de outrem. As
teologias destes não passam de palavras arremessadas ao vento. Sim, pois o raciocínio
que não passa pela experiência é inútil e não merece nenhum crédito. É claro que culpar a Deus não resolve, mas é
melhor do que culpar a si mesmo.
É isso!
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Por: Iba Mendes (Agosto, 2016)
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