Dentre outros sentidos de moral, um deles diz tratar-se de um conjunto
de regras de conduta estabelecidas e admitidas por um grupo social numa
determinada época. Daí se conclui que o conceito de “moral” é concomitantemente atemporal e cultural. Assim como a moral de hoje não é a mesma de
100 anos atrás, também não é idêntica para brasileiros e chineses. É certo que entre os diferentes
povos, a moral distingue-se por fatores relacionados à tradição, como os
usos e costumes: o tipo de alimentação, a maneira de vestir, o modo como
demonstram os sentimentos, as religiões que professam, a definição de pecado, a música, a arte,
a literatura, a língua, as leis, o sistema político etc. Desta forma, o que
para um determinado povo é imoral, para outro pode ser a encarnação da própria
virtude. Mesmo entre um determinado povo
o conceito de moral pode variar distintamente entre seus diversos grupos
sociais, não obstante se falar a mesma língua e se observar a mesma lei. Um
valor moral não se estabelece de um dia para o outro, também não é fruto da
conveniência de grupos majoritários ou de governantes; em vez disso, é o
resultado acumulado e modificado de toda uma longa geração. E, embora um valor moral possa se transformar ao
longo das eras, ele jamais deixará de existir. Um ser plenamente consciente de
seus valores não se deixa corromper mesmo que se lhes apresentem condições favoráveis
para ser corrompido. A hipótese da invisibilidade é o que melhor demonstra esta
premissa. Uma pessoa cujo valor moral é
norteado pela prática da honestidade, não se sentirá induzida ao furto ainda que se
torne invisível. Um valor moral é, portanto, determinado pela própria consciência,
e neste aspecto pode se lhe atribuir o caráter de “absoluto”. Isso não
significa, entretanto, que ele não possa ser subvertido por um “preço”. Posto
que isto venha acontecer, será à revelia da própria consciência, o que
implicará também que se pague por isso um alto “preço”. É o que denomino de “o
preço da consciência”. Um “preço” suficiente para se perder noites de sono; o preço da dignidade.
É isso!
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Por: Iba Mendes (Agosto, 2016)
Por: Iba Mendes (Agosto, 2016)
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