Reinaldo Azevedo e a síndrome do pavão espalhafatoso
Há de nascer no Brasil um gênio
tão versátil quanto o de Reinaldo Azevedo!
Sua capacidade de perambular
pelas mais diversas esferas do saber, é de fazer arrepiar cabelos até em
carecas. Embora tenha formação em Letras, é capaz de tratar com desenvoltura de
Física Quântica a estratégias de guerras, não obstante priorizar com mais
aferro as matérias relacionadas à jurisprudência.
Conhecido na imprensa por suas
críticas mordazes ao lulopetismo, sempre teve sua imagem atrelada ao que de
mais radical existe na Direita brasileira, sendo por isso rotulado
pejorativamente de "rottweiler", ao que objetou afirmando ser apenas
um "rottweiler amoroso". É
dele o neologismo "petralha", que é uma derivação de
"petista" com "Irmãos Metralha" (The Beagle Boys), designando um indivíduo sem escrúpulo, o qual não
vacila em cometer todo e qualquer ato marginal à lei, como usurar, mentir,
extorquir, ameaçar, chantagear, roubar, corromper etc. (“Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa”)
Em consequência de suas opiniões inflexíveis
e por seu espírito notadamente polemista, granjeou em torno de si muitos
desafetos, inclusive alguns do âmbito do seu próprio círculo ideológico, como o
deputado Jair Bolsonaro e o filósofo Olavo de Carvalho, a quem denominou de
"decadente e derrotado": " Só
não digo que Olavo perdeu porque nunca houve a hipótese de ele ganhar. Este
senhor lançou-se no mundo das ideias como astrólogo e vai terminar como
prestidigitador, escondendo e tirando imposturas da cartola. Outro dia alguém
me perguntou se ele era mesmo de extrema direita. Nem isso. É um extremista do
oportunismo". Com isso ele busca esquivar-se da injusta pecha de "conservador
extremista", ao mesmo tempo em que se faz apresentar como um
"pensador independente", o qual não se vincula ideologicamente com os
tipos caricatos do direitismo brasileiro.
Não obstante sua inegável
habilidade com a palavra escrita, é frequente descompor o verbo quando na
defesa do que considera correto, principalmente se o "correto" estabelece
alguma relação com os seus amigos. Em maio de 2015, por exemplo, escreveu um
artigo em que criticava duramente o governador Tião Viana (Acre), chamando-o de
"coiote", por este enviar a São Paulo uma leva de imigrantes
haitianos. O resultado foi um processo por parte do político petista,
culminando numa condenação de 20 mil reais, ainda em primeira instância.
Mais recentemente o ilustre
jornalista deixou enveredar-se pela crítica contundente a notáveis figuras da
Lava-Jato, justificando seu pendular comportamento pelo viés da
"literalidade constitucional". A frequência com que tem insistido no
assunto desagradou a um grande número de admiradores, que o acusam de ter
guinado para a Esquerda. Nas redes sociais, os elogios outrora tão constantes foram
substituídos por xingamentos e desconexas acusações. Ele, porém, parece não se incomodar nem um
pouco com toda essa balbúrdia virtual, fazendo questão de realçar que tem
quatro empregos e que não se importa com alaridos: " escrevo e falo o que quero, não o que querem que eu escreva e fale".
Ao que se afigura, porém, a questão
da "legalidade" para Reinaldo Azevedo vai muito além do seu mero apreço
pela Constituição. A reboque da simples
vaidade pessoal e de seu exacerbado egocentrismo, correm por fora interesses relacionados
à própria atividade que exerce, na qual fica sujeito a excessos dessa mesma "legalidade".
Ao se colocar contra a condenação em segunda instância, por exemplo, ele busca
preservar-se de eventuais condenações e, por conseguinte, preservar àqueles a
quem tanto estima. Obviamente que legalidade e moralidade nem sempre se amalgamam.
Em outras palavras: "nem tudo que é legal é moral".
Reinaldo Azevedo (assim como
muitos outros jornalistas da imprensa brasileira) está visceralmente comprometido
com determinado facciosismo político, o que torna suas opiniões, posto que bem
escritas, altamente inconfiáveis e alienantes. Junte-se a isso sua bipolaridade
verbal que absolve e condena ao mesmo tempo, e sua síndrome de pavão
espalhafatoso que o faz se sentir ao mesmo tempo o rei Salomão e a Lady Gaga. Certamente
ele não será um Carlos Lacerda!
É isso!
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Por: Iba Mendes (Novembro, 2016)
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Por: Iba Mendes (Novembro, 2016)
Absolve!
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