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Conversas
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2017)
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Sábado, depois de um longo
afastamento de três meses, estive com o meu amigo Gonzaga de Sá. Encontrei-o na
Rua do Sacramento canto da de Luiz de Camões, a ver os que saíam da conferência
do Instituto. Fumava displicentemente, tinha bengala atrás das costas e olhava
a multidão despreocupada, nem reparou direito a importância dos homens e a
beleza das mulheres.
— Que vês, Gonzaga?
— Os parnugianos. Lembras-te do
Pantagruel?
— Não é preciso. Os dicionários
dispensam a sua leitura.
— Vejo os que seguem, vejo os que
admiram. Amo-os.
— Se não leem, convém aos mestres
das letras do Brasil. E não é a primeira vez que os vejo!
— Em geral, pelo que eu tenho
reparado, tu nunca vês as coisas pela primeira vez.
— Não é a primeira vez. Há trinta
anos os vi — saíam das conferências de Haia.
Seguiam, admiravam a catapúltica
palavra dos conselheiros imperiais.
— O Machado de Assis fez
conferências em Haia?
— Não.
— O Rui Barbosa.
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