10/06/2018

Alexandre Herculano (Aspectos Biográficos)


O Grande Herculano

Alexandre Herculano de Carvalho Araújo era natural de Lisboa, onde nascera a 28 de março de 1810, contando, portanto, 67 anos de idade ao passar deste para o outro mundo, isto é, o mundo da imortalidade, a 13 de setembro de 1877. Filho de pais muito modestos, Alexandre Herculano fez os estudos primários em colégios de padre e, não tendo recursos para enfrentar o ensino superior, aproveitou o seu tempo para assimilar idiomas estrangeiros, principalmente francês, inglês e alemão, nos quais se tornou exímio. Espírito liberal, infenso ao despotismo de D. Miguel, para logo envolveu-se numa conspiração sediciosa, que o obrigou a refugiar-se na França, de onde voltou, mais tarde, para nova revolução, desta vez com o objetivo de lutar ao lado de D. Pedro I, que então reivindicava o trono de Portugal para a infante D. Maria, revelando, então, extraordinária bravura. Vencido, novamente, Herculano entregou-se por algum tempo ao sossego de seus estudos, obtendo a sua nomeação de bibliotecário do Paço Municipal do Porto. Afastado depois de cargo, iniciou a colaboração em jornais literários, publicando, em 1836, um panfleto político intitulado A Voz do Profeta. Começou, assim, a carreira literária que o imortalizaria. Ainda em 1836, publicou o livro Harpa do Crente, que, reunido posteriormente com outras produções poéticas, foi seguidamente reeditado, com o nome de Poesias. Depois de publicar O Bobo e O Monge de Cister, em 1848, aceitou e convite do rei D. Fernando para exercer o cargo de Diretor da Biblioteca da Ajuda, onde reuniu os elementos para a elaboração da História das Origens e do Estabelecimento da Inquisição em Portugal e da monumental História de Portugal, livros que lhe granjearam sem número de inimigos. Publicou, ainda, Lendas e Narrativas, em dois volumes; Eurico, o Presbítero e uma série de estudos jurídicos, históricos, pedagógicos, políticos, etc. Mais tarde, reunidos em diversos volumes, sob o título Opúsculos. Alexandre Herculano faleceu em sua Quinta de Val de Lobos, para onde se retirara, já no fim da vida.


Vida Carioca, abril de 1958.
Pesquisa, transcrição e adaptação ortográfica: Iba Mendes (2018)

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