Teus olhos
*(1923)*
Tens
olhos, contas escuras,
São
duas Ave Marias,
De
um rosário de amarguras
Que
eu rezo todos os dias.
Teus
olhos de luz tão calma,
Brilhantes,
meigos e lindos,
Desejos
arrendem n’alma
De
beijos longos, infindos!
Teus
olhos, safiras belas,
Fonte
de amor que seduz,
São
como pingos de estrelas,
Como
dois pingos de luz!
Têm
o brilho das estrelas
E
o fulgor de arrebóis;
Quem
me dera com dois beijos
Apagar
tão lindos sóis...
Olhos
meigos e lhanos
Por
quem suspiros arranco,
São
dois negros africanos
Escravos
de um rosto branco!
À
porta do Infinito
A
traços largos, profundos,
A
mão de Deus tinha escrito;
“Os
teus olhos são dois mundos!”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...