Viver
do "passado"
Nos últimos dias do século passado era famoso no Rio, pelos seus modos de
adquirir dinheiro, um boêmio cuja habilidade se tornou proverbial. A sua
fórmula para promover a elasticidade das bolsas era cômoda e comovente.
Chegava-se a um amigo e lastimava-se:
— Veja só! Eu já tive uma fortuna
regular, com os meus prédios, as minhas apólices, a minha caderneta de Banco...
E hoje sou isto!...
E após uma pausa:
— Você, que me viu tão feliz, não
poderá me "passar" uma de cinco mil réis?
Comentando esse modo de vida, Emílio
de Menezes explicava:
— Coitado do Rocha! O que ele diz é
verdade. Ele teve posição, casa, fortuna. Hoje, vive do "passado"!...
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Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes.
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