Lima Barreto: aspectos biográficos
Era
demasiadamente observadora aquela criança, um simplório menino, filho da um modesto
almoxarife do estabelecimento de alienados da Ilha do Governador, e assim o era
para não permanecer à margem do que se desenrolava naquele ambiente em desordem
mental. Afonso Henriques de Lima Barreto é este menino invulgar.
Pedagogicamente
era contra indicada a presença de um menor em tal estabelecimento, mas a
criança em questão, sem mimetismo razoavelmente infantil tira conclusões muito
pessoais daquilo que via, conclusões reveladas mais tarde em inconfundíveis
escritos.
Nos
domínios da leitura é sua própria mãe a sua iniciadora. Tendo apenas sete anos
morre-lhe a progenitora; é a respeitável D. Clemência quem prossegue na salutar
tarefa, agora acrescida de iniciação à religiosidade católica, temática que não
se aprofunda no espírito de Afonso Henriques, bem mais afim com a escola ultrarrealista,
quando possível fundamentada no mecanicismo.
Da
escola primária da Rua do Resende e do estudo de humanidades feito depois,
vemos, o agora rapaz, ir à Escola Politécnica. Não estava ali, porém, o seu
mundo, como também não se encontrava na burocracia do Ministério da Guerra,
onde trabalhara longos anos.
As
letras pátrias precisavam dele; por isso mesmo, Lima Barreto deu a essas letras
nacionais tudo o que o seu espírito podia ofertar: ficção, crítica, comentário,
beleza, estilo e brasilidade.
Esse
carioca ilustre, nascido em 1881, pensador que pode marchar ao lado de Machado
de Assis, faleceu em 1923, deixando, entre outras obras notáveis, as seguintes:
Triste Fim de Policarpo Quaresma,
Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá,
Clara dos Anjos, Histórias e Sonhos, entre outros...
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A Noite, 27 de agosto de 1946.
A Noite, 27 de agosto de 1946.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba
Mendes (2018)
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