Alberto Torres: resumo biográfico
Alberto de Seixas Martins Torres era fluminense. Nasceu na fazenda da Conceição, em Porto das Caixas, na então província do Rio de Janeiro, aos 26 de novembro de 1865. Foram seus pais o magistrado, e depois senador da República, Dr. Manuel Martins Torres e D. Carlota de Seixas Torres.
Iniciou na sua terra natal
seus estudos primários, e aos 14 anos de
idade matriculou na Escola de que abandonou no terceiro ano letivo, indo então
para São Paulo Faculdade de Direito, de onde se transferiu para Recite. Em 1886
completou, na Faculdade de Direito de Recife, o seu curso de bacharel, numa
turma de que também faziam parte Raul Pompeia e Xavier de Silveira. Regressando
à capital do aqui abriu banca de advogado em companhia de Ubaldino do Amaral e
Tomás Alves.
Desde aí começou a política na
província do seu berço. Trazia de São Paulo esse impulso, pois lá, com Gaspar
da Silva, Luís Murat e Xavier da Silveira havia fundado o Centro Abolicionista.
Na província do seu berço se alistou entre os depois chamados “republicanos
históricos", que mais tarde entraram em luta com o Presidente Portela.
Após a proclamação da
República, havendo rejeitado a inclusão do seu nome na chapa dos candidatos à
Constituição Republicana, foi eleito, entretanto, deputado Constituinte
Estadual, de que veio a ser líder. Aberto Torres exerceu, daí em diante, uma
após outra, as funções de deputado federal, na primeira legislação republicana;
Ministro da Justiça, no governo de Prudente de Moraes; presidente do Estado do
Rio, de 1º de Janeiro de 1897 a 31 de dezembro de 1900, e Ministro do Supremo
Tribunal Federal, para o qual fora nomeado em junho de 1900, quando apenas
contava 35 anos de idade. Nesta qualidade se aposentou em 1909.
Depois de aposentado foi que
Alberto Torres, refazendo de todo em todo sua cultura, à luz do enorme acervo
de experiência pessoal que a sua vida pública lhe facultara, entrou a publicar
seus livros. A sua colaboração na imprensa era sem dúvida, notável; mas foram
seus livros que lhe granjearam renome extraordinário, como o maior e mais lúcido
e o mais brasileiro dos nossos pensadores políticos. Publicou ele duas obras em
francês: “Le Problema Nacional Brasileiro (1914), “A Organização Nacional” (1914)
e "As Fontes da Vida” (1915).
Foi ele quem primeiro procurou
submeter as soluções dos problemas sociais do nosso país e dos seus problemas
de ordem administrativa a uma ideia geral de unidade, de maneira que a ação dos
nossos governos se possa exercer com espírito de conjunto, e não
fragmentariamente, como se cada problema da nacional fosse susceptível de solução
isolada. Ao sistema das suas ideias chamou ele de “nacionalismo”, exatamente porque o seu critério fundamental
era o de criar para a nossa atividade política um programa que desse à nação
brasileira o sentimento da sua própria, no progresso da civilização.
Alberto Torres faleceu na
capital do Rio de Janeiro, em 29 de março de 1917.
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Correio Paulistano, 26 de novembro de 1939.
Correio Paulistano, 26 de novembro de 1939.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2019)
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