Isaura ouvia dizer que Santo
Antônio era padroeiro das pessoas que queriam casar-se.
Confiando naquilo, não havia dia em
que não rezasse com todo o fervor, ajoelhando em frente a imagem.
Fazia mil promessas, tudo punha em
prática, mas o santo era surdo às suas súplicas.
Passavam-se anos, ela ia
envelhecendo, perdendo a beleza, sem encontrar noivo, apesar de ser uma menina
bonita e boa.
Um dia, afinal, desenganada com o
milagre do santo, num assomo de raiva, lançou a imagem pela janela afora.
Ia passando, justamente naquela
ocasião, um moço, em frente à casa.
A imagem caiu-lhe na cabeça, e ele
tombou no chão, ensanguentado.
Pessoas que também transitavam na
rua, apressaram-se em levantá-lo, e transportam-no para a casa dos pais da
moça.
Ela aflita, desesperada, arrependida
do que fizera prodigalizou-lhe mil cuidados, com carinhos de irmã extremosa.
A ferida era funda, sobreveio
febre, e o moço ficou de cama durante muito tempo.
Mas pouco a pouco foi melhorando,
até que entrou em convalescença.
Começou a simpatizar com Isaura,
apaixonou-se por ela, e ficando inteiramente restabelecida, pediu-a em
casamento.
Foi assim que não se desmentiu a
crença de ser Santo Antônio casamenteiro.
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Pesquisa, transcrição e adequação ortográfica: Iba Mendes (2025)
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