Poeteiro
Não sou poeta das musas
nem faço versos alexandrinos.
No meu desarranjo de poeteiro:
canto o amor sexagenário,
o amor das viúvas desvalidas
e dos pés-rapados.
Não sou poeta dos românticos
nem imito o Lord Byron.
No meu desvario de poeteiro:
exalto a fala cansada dos velhos,
a filosofia dos bêbados
e o rosto feio no espelho.
Não sou poeta das odes enfeitadas
nem sigo a métrica do Parnaso.
No meu devaneio de poeteiro:
fujo da gramática cadavérica
e de suas múmias embalsamadas.
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Por: Iba Mendes (janeiro, 2014)
Por: Iba Mendes (janeiro, 2014)
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