Poucas figuras
no cenário intelectual brasileiro é tão controvertida e polemista quanto a
pessoa de Olavo de Carvalho. Do "lado de cá" um turbilhão de fãs a
admirá-lo, a defendê-lo, a divulgá-lo nos cenários virtuais e, se necessário for, a
fazer tudo o que mestre mandar. Do "lado
de lá", seus ferrenhos e encarniçados opositores, em geral esquerdistas verbalmente agressivos e
incapazes de enxergar nele alguma virtude filosófica, ainda que mínima.
Foram
exatamente as abundantes críticas destes últimos que fizeram despertar em mim certa curiosidade em conhecer melhor esta figura. Ao fim de tudo, definiria o Olavo como um espécie de Nelson
Rodrigues de batina. Se por um lado ele fere as regras do decoro, com um
palavreado empanturrado de obscenidades, por outro, é capaz de defender os milagres católicos e de
invocar a santíssima Virgem Maria e o Padre Pio de Pietrelcina.
Não se pode
duvidar de sua inteligência. Poucas pessoas conhecem tão profundamente os
conceitos marxistas e gramscistas quanto
Olavo de Carvalho. Possui ele uma extensa cultura filosófica, indo de Aristóteles
a Otto Maria Carpeaux, de Santo
Agostinho a Aleksandr Dugin etc.
Contudo, se não se pode
negar suas virtudes, tão pouco é possível omitir sua estupidez, que se
manifesta, entre outras formas, na sua eterna mania de grandeza, quando atribui a si próprio o status de
"maior filósofo do Brasil". É
estúpido também quando destila sua intolerância verbal aos que o contestam. É estúpido ainda quando tenta justificar suas
posições ideológicas mediante conceitos religiosos ultrapassados e anacrônicos,
sempre preso a um conservadorismo ao estilo Medieval.
Mas, enfim,
entre virtudes e defeitos, Olavo de Carvalho é como aquele beato que, durante a
liturgia, mostra-se cheio de piedade e devoção, porém, quando lá fora não é capaz de resistir às piscadelas de putas e donzelas.
É isso!
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Por: Iba Mendes (Setembro, 2015)
Banal.
ResponderExcluirkkkkk Bárbara essa crítica! Gostei muito.
ResponderExcluirÉ isso mesmo
ResponderExcluirSe não é o Olavo, quem é o maior filósofo do Brasil hoje? Você que não é.
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