Dentre os inúmeros modismos que
surgiram nos últimos anos, um deles recai sobre a sexualidade, ou mais
especificamente sobre a opção sexual de determinada pessoa. Rotineiramente chegam ao público notícias de celebridades que, de um dia para o outro, decidem
alardear ao mundo sua preferência sexual entre quatro paredes. Com outras
palavras: resolvem "sair do armário".
Os anúncios geralmente vêm
acompanhados de desabafos solenes que se mesclam com sentimentos de heroísmo e orgulho.
"Sou uma lésbica poderosa, falo isso com muito orgulho e
tranquilidade", afirmou a cantora Daniela Mercury... "Eu tenho
orgulho de dizer que sou homossexual e sou abençoado por ser quem eu sou",
escreveu o ex-Menudo Ricky Martin...
A atitude, ao que parece, objetiva
a "libertação" de um sentimento opressivo, o qual desgasta e faz sofrer.
Serviria assim como uma espécie de "terapia" para amenizar os efeitos
corrosivos do preconceito social de uma maioria que insiste em tratar a homossexualidade
como uma doença repulsiva.
Se por um lado tal comportamento
parece louvável e até legitimado, por outro revela-se absolutamente imaturo e desnecessário.
E a razão é simples: o que adultos livres fazem entre si, em particular, é
problema deles. Não necessita ser justificado — nem deve ser condenado...
A par disto, não me interessa saber
se o meu cantor preferido (ator, escritor, artista etc.) faz sexo anal ou oral,
se pratica sadomasoquismo ou poliamor, se já leu o "Kama Sutra" ou
"Cinquenta tons de cinza", se frequenta Sex Shop ou clubes de swing, se
tem fetiche por pés ou por barbas, se é dado à coprofagia ou à corpopraxia, se
prefere "frango assado" ou "anjo esquartejado", se faz
"de ladinho" ou "em pé", se é gay ou lésbica etc., etc.,
etc. O que de fato me interessa é se ele representa bem o seu papel: seja
cantando, seja representando, seja escrevendo... Não preciso saber de suas
preferências sexuais, não faço a menor questão de conhecer sua intimidade entre
quatro paredes, de suas bizarrices e de suas loucuras na cama. De resto sobra a
vaidade de quem se expõe e o ridículo de quem se importa com isso.
É isso!
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Por: Iba Mendes (Março, 2017)
Por: Iba Mendes (Março, 2017)
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