Hebe Laghi de Souza: "Darwin e Kardec: um diálogo possível"
Num dias desses, “passeando” pela Internet, dei por conta do livro "Darwin e Kadec, um diálogo possível", da bióloga Hebe Laghi de Souza. Por simples curiosidade li toda a obra. Já era do meu conhecimento que o religioso Allan Kardec, ao erguer sua doutrina espírita, utilizou-se dos pressupostos evolucionistas, mais precisamente do conceito de "evolução como progresso". E o objetivo deste livro, é exatamente o de tentar "provar" que "as leis da natureza, reveladas por Charles Darwin, se põe paralelas às do mundo espiritual, codificadas por Allan Kardec". Vejamos alguns enxertos da referida obra.
Num dias desses, “passeando” pela Internet, dei por conta do livro "Darwin e Kadec, um diálogo possível", da bióloga Hebe Laghi de Souza. Por simples curiosidade li toda a obra. Já era do meu conhecimento que o religioso Allan Kardec, ao erguer sua doutrina espírita, utilizou-se dos pressupostos evolucionistas, mais precisamente do conceito de "evolução como progresso". E o objetivo deste livro, é exatamente o de tentar "provar" que "as leis da natureza, reveladas por Charles Darwin, se põe paralelas às do mundo espiritual, codificadas por Allan Kardec". Vejamos alguns enxertos da referida obra.
"O impacto
causado pelo livro de Charles Darwin foi bem mais rumoroso que o de Allan
Kardec porque, não somente mostrava o homem como animal, como fazia mais do que
isso, excluía completamente a existência de Deus.
O
Espiritismo, muito embora tenha atingido também os princípios religiosos
reinantes naquele momento e, da mesma forma, tenha abordado a evolução, um
pouco mais ainda que a teoria de Darwin, apresentando todos os fatos desde a
origem do universo, abria as portas para uma visão de Deus, apesar de bem
diferenciada daquela que, até então, havia reinado no coração e no entendimento
das pessoas; e indicava, além disso, um caminho inédito para alcançá-lo. Muitos
se renderam a ele e dele se tornaram adeptos.
As religiões
tradicionais, porém, o enfrentaram, assim como todos os que permaneceram fiéis
a elas. Allan Kardec foi, portanto, também criticado, discutido e contestado.
Quanto à
sociedade, havia a possibilidade de escolha, podia ou não aceitar a nova
filosofia religiosa; para os que a ela aderiram foi possível entender que não apenas
nos indicava uma procedência evolutiva a partir dos símios, como descendentes
deles, mas que em uma época de nossa vida fomos símios, cobrimo-nos com aquela
vestimenta. Fomos gorilas, não apenas descendemos deles!
Esse, para
mim, é o aspecto mais importante da teoria espírita, ou seja, o de nos colocar
como seres espirituais, apontando o caminho para a conquista da superioridade,
para a construção de nós mesmos, por meio de um contínuo evoluir. Mostra-nos a
tortuosa estrada pela qual temos passado, desde os elementos mais simples como
os átomos, invertebrados, vírus e bactérias, vermes e insetos até aos
vertebrados como peixes, répteis, mamíferos e, destes aos símios, dos quais
descendemos. Na fronte não ostentamos, em nossa origem, o timbre da realeza,
nem nos foi dado um paraíso celestial do qual acabamos por ser expulsos pela
nossa imperfeição.
A Sabedoria
Divina nos criou simples e ignorantes, mas dispôs nosso futuro de forma que
pudéssemos alcançar o lugar que desfrutamos, como seres humanos, trazendo
impressos na alma os primórdios dos conhecimentos instintivos sobre nós mesmos,
sobre o amor, sobre o altruísmo e o respeito à vida de um modo geral.
O kardecismo
apresenta, pois, o espírito humano como produto decorrente de um longo processo
evolutivo a partir do princípio inteligente até a alma humana. Durante o
decorrer desse processo, imprimimos em nosso íntimo o conhecimento de nós
próprios e do universo, de Deus Criador e de sua natureza eterna, sábia e cheia
de amor."
É isso!
Iba Mendes
São Paulo, 2012.
São Paulo, 2012.
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