10/26/2017

Seo Doutor (Conto), de Valdomiro Silveira


Seo Doutor

Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2017)

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Quando na fazenda se soube que Valdóro ia aos estudos, não houve quem não fechasse muxoxo e não levantasse ombreira, porque ninguém quis acreditar: um tal dizia que menino assim, que até os catorze anos não tomou tenência e é reinador e mexerendengo, foge das coisas sérias da vida, como o demo da cruz; outro afirmava que já havia visto resoluções semelhantes, as quais em breve tempo se desfizeram, como as borbulhas d’água que a capivara faz no açude, ao escapar de uma perseguição; outro, enfim, malvado a mais não poder ser, afiançou que o filho da patroa não deixaria a santa terra, por andar de velho derriço com a Isa, filha de nhá Marcolina.

Por este teor e forma, foram levando a conversa os diabos dos caboclos. Deu-lhes a notícia o Baltazar, o mais arteiro sujeito que o céu cobre, e criticou-a a seu bel-prazer: e desde que ele puxara a fieira, os demais agarraram direito no diz-que-diz-que. Entrecontaram-se façanhas de arrepiar os cabelos: o andar Valdóro pelos grotões, a campear ninhos de urus, o armar-se de bodoque para martirizar os guaxes no laranjal, o judiar dos poldros e o perseguir os piriás pelos brejos. Tudo lhes veio à retentiva, aumentado por ûa memória que sofria os calores da imaginação: que o menino, em resumo, não era tão ruim peça como eles queriam, lá isso não era, decerto...

O Baltazar, que os encontrara no terreiro da casa da máquina, disse também cobras e lagartos à conta do patrãozinho: e a maledicência, então, por momentos, ocupou quase todas as bocas do grupo. O Marcolino saiu-se com esta: 

 − Vocês têm reparado nos meus garnizés? São muito lindos, mas mesmo muito... Pois não é que Valdóro às vezes cai na maluquice de vir atirar pelotas no galinheiro e os aniquila sem dó nem piedade? Aquilo é um precipício!

Depois teve a mão o Demétrio:

 − Você ainda não sofreu nada. Que diria se lhe acontecesse o que me aconteceu! Não faz tempo grande, eu estava transplantando umas couves na horta, sossegado, sossegado, e recebo na cabeça uma pancada terrível. Sabe o que tinha sido? Um terrão duro que o bruto me apinchou.

Em seguida fez-se ouvir o Teófilo:

— Isso prova que ele é deveras endemoninhado, não há dúvida, e portanto não terá jeito para a vida das leituras. Mas, se não creio que ele se vá embora, é por diverso motivo: um dia destes − olhem que até foi domingo derradeiro − vi resvalar dois vultos no jardim, que andavam no seguimento de uma rolinha chumbeada. Por fim pegaram a rolinha e muitos beijos lhe correram pelas penas: mas a maior parte dos beijos sobejava do pássaro e ia de um vulto ao companheiro. Não preciso botar mais nada na carta: a Isa e o Valdóro contarão o resto...

— Ora que dois! − admirou-se o Martinho.

— Há cada história! − o Teófilo rosnou, com semblante enigmático.

— Venha daí mais uma! − pediu o Demétrio.

Mas o Teófilo conteve-se: os parceiros bem sabiam que ele não gostava de tesourar a humanidade. Se narrara aquele fato, aliás com serenidade o fizera, porque não via mal no simples passeio que duas crianças dão pelo jardim. E, atenuando o acre da narração, mais ainda, concluiu:

— Rapazinho de entendimento está ali! Vocês hão de ver, se ele for mesmo! Sou muito gente para apostar este meu dedo em como o dando faz carreira. Vocês hão de ver!

Os outros, contudo, continuavam a fechar muxoxos, murchos duma vez, e alevantar ombreiras significativas de funda incredulidade. E nem bem o Teófilo de por findo o seu discurso, já o mundico levou por diante a forte teima:

— Ele, voltar doutor em leis? Capaz! Com estes meus olhos que aterra há de comer, tenho visto tanta coisa feia praticada pelo tal maganão, que não posso receber esta notícia com bastante fé. Pois então, um tipo que é amigo de atacar as chilenas aí nesses infelizes cabritos, passar o pialo nos novilhos, prender os alcaides com varas de visgo e os jaós com urupucas, terá coragem de queimar as pestanas em riba dos livros? Capaz!...

Na verdade, não havia quem assim não pensasse. Houve, porém, no meio daqueles caboclos, alguns que se quedaram à escuta, sem nada aventurar que aumentasse os rigores da crítica. Esses, se porventura fossem novidadeiros, dariam à trela no sentido de contar que o rapazinho chegara ao ponto, numa passada noite, de ir cantar trovas de amor inflamado sob a janela da Isa: e a galante menina, apesar da alta hora, havia assomado à janela e deixando cair sobre a cabeça do cantor um punhado de pétalas de flores...

Duvidaram sem razão, supondo impossível a partida. Pois o dia que se marcara para a mesma alvoreceu enfim, vindo encontrar prontos os preparativos da viagem. Valdóro, logo que lhe entreluziu a manhã pelo teto de palhinha, acordou e soltou da cama, num movimento resoluto; e, enquanto banhava o rosto, às pressas, a Felipa monologava na cozinha, arrumando o café. Pombos arrulhavam no telhado, passeando por certo à roda das pombas, e as asas, que se lhes estendiam todas em sinal de cortesia, começavam de rugir com insistência entre os oitões e as telhas.

Da banda de fora do terreiro, o Pedrinho da Faxina gritou:

— Seo Valdóro, alevante-se, que as juntas já estão nas cangas e tudo se acha preparado: a da guia pintou a manta, mas concordou comigo, e aqui está de olhos virados pro chão.

— Sempre essa junta da guia foi teimosa e contadeira de história, − disse Valdóro, e mudou logo de tom: − ó, Pedrinho, você quererá tanto bem aos meus carneiros como eu lhes quero e tomará conta deles como se fosse eu mesmo?

— Sossegue que assim será!

Valdóro saiu. Ao pôr o pé na taboa de junto à porta, a taboa deu de si em toda a extensão, e gemeu como um escoroçadouro ou como uma pessoa atormentada de dores ocultas: e o menino, que por sinal nem vinha pensando em coisas magoadas, perguntou entre si se aquilo não seria na realidade uma lástima pela sua negra sorte. Pulou os degraus da escadinha, chegou ao terreiro, tomou uma das varas e começou a tanger os carneiros dasanimados. O sol já estava de fora. Contemplando-o, de olhos tristes e semblante brusco, Valdóro como já sentia no coração as primeiras lançadas da saudade: o que lhe amargurava era um sentir nunca sentido, uma apertura esquisita que mal se podia explicar; parecia que uma corda lhe arrochava metade do coração, ficando a outra metade vazia e com friura de geada.

A neblina da manhã não se afastava ainda de sobre os morros: apenas, de longe a longe, quenturas de sol a mordiam, dourando-a; e a estrada, que o arrebol abria naquele flanco, era estreita e pequenina. Valdóro, atentando nas brumas, falou, como se fosse num solilóquio:

— As minhas aspirações também são assim, alvas, mas indecisas... Tempo chegará em que o sol as ilumine esplendidamente: as brumas ir-se-ão dissolvendo, e acima delas aparecerá o céu, encantado de azul.

O Pedrinho encarou nele, perdendo a cocha: viu-se em branco, sem dúvida, ao escutar dizeres como os do Valdóro, que se inventaram para cabeças de entendimento, e não para a de um rude candieiro de carro, cuja lavra principiava ao amiudar dos galos e terminava ao empoleirar das galinhas. Pelo menos, ia o pobre candieiro maturando desta sorte, amesquinhando-se dentro de si mesmo, fazendo-se pequenino em razão do nhonhô patrãozinho já se ir fazendo grandes: amigos deste volume poucos se encontram, por certo, neste mundo, em que cada qual, ao crescer quer que os demais se lhe desmereçam e atrofiem à sombra...

O carro, entretanto, movia-se com vagar pela estrada que o sereno da noite molhara: com vagar, que conduzia uma alma desafortunada, e almas, que tal modo se vêm, parecem até arroubar-se na própria amargura e demoram-se a contemplar o quadro negro que os pensamentos lhe estão a traçar lá dentro. A intercadências, uma ramada úmida vascolejava-se ao toque os fueiros: e os dois piás, que iam sentados na mesa, recebiam nas faces o orvalho frio, − tão absortos que nem se furtavam às vergastadas de todo minuto. E as rodas, dando de encontro aos barrancos, soltavam gemidos fracos.

As despedidas (aquilo não passava de uma viagemzinha de despedida) começaram pelo Demétrio, que assistia mesmo ao fim do pomar. Embora fosse tão cedinho, já ele estava à porta da palhoça, arredando um cavalo pedrez. Ia botar a carona, quando Valdóro o chamou:

— Ó seu Demétrio?

— Bom dia, patrãozinho; que ventos o trazem? – perguntou ele.

— Venho receber as suas ordens: lá me vou.

— Resolve-se então duma vez?

— Duma vez.

— E não acho que pode não se acostumar?

— Não acho. Pelo contrário.

— Pois eu desejo que nhonhô seja muito feliz.

— Deus lhe pague. E se nalguma ocasião o ofendi, desculpe, que me arrependo.

— Ah! Isso nunca! Vosmecê é que há de prender alguma falta.

— Adeus, Demétrio.

— Adeus, seu Valdóro. Volte logo, ouviu? Mas nem tomou uma canequinha de café com a gente...

— Obrigado, obrigado: não tenho tempo. Adeus!

— Bons ventos o levem e melhores o tragam!

Quem é que seria capaz de calcular que Demétrio ia ficar de olhos aguados, que é? Pois ele, que tinha tantas queixas contra o rapazinho, sentia assim a partida? Sentia, sentia, porque uma coisa é falar e outra é pensar: e mau grado a trampolinagem do Valdóro, o Demétrio tinha-o em alta estima, vendo-o crescer ali na fazenda, alegre e sem luxo com os pobres. Fora ele até que ensinara ao menino a moda do marimbondinho a uma porção de castigas e tiranas: chegara a esse ponto de paciência.

Um por um, todos os agregados tiveram a visita. Os carneiros, ao chegarem junto às portas, já respiravam a custo e com afrontação. Mas era preciso que ninguém lhe esquecesse, e Valdóro procurava todos. Quem mais dissera mal, mais se entristecia com a retirada: e causava dó ver como ficavam murchos os crilinhas e as pequenas caboclas do tempo de esconde-esconde e do que-pau-é-este. O Teófilo, o Mundico, o Baltazar, o Martinho e os outros roceiros auguravam-lhe venturas no colégio, como diziam. O Lico da Benvinda (um dos que haviam ficado quietos, quando os demais batiam caixa no nome do Valdóro), assim que o viu, veio logo limpando as lágrimas: e abraçou-o tanto, com tanta amizade, com tanta tristeza, que o corpo do amigo pegou a doer.

A derradeira pessoa visitada foi Isa. Mas para essa não se tornou necessário que os carneiros parassem à porta da casa. Enquanto, só, o Pedrinho dirigia o carro, Valdóro foi esperá-la à beira do ribeirão, no mesmo lugar em que outrora havia armado um mundéu. O sol já estava de queimar. As borboletas e lavandeiras sentavam perto da água, movendo as asas com uma vagareza que era cheia de preguiça. E o folhudo ingá da margem, debruçando a ramaria por sobre o tronco, tinha ao fundo do leito uma imagem quase misteriosa, de tão sombria. Mal que viu o vulto do namorado, a Isa disparou a chorar: o se Valdóro não começasse a beijá-la, jurando-lhe mil coisas, não era difícil que a afligida criatura chorasse choro de sangue. Isso mesmo ela falava, no entretempo das carícias: e com forte convicção, que o companheiro deu de olhá-la a fito, a fim de ver se daqueles amados olhos poderiam brotar mágoas vermelhas. Despediram-se enfim! Ele saiu de sopetão, suando frio e com um nó na garganta, que lh’a apertava tenazmente: e ela, desvairada pelo pesar, nada mais pôde fazer que cair meio sem sentidos junto à raiz do ingazeiro. Os capixinguis e cambarás-de-lixa permaneciam imóveis, como se a imensa dor da pobre os tivesse comovido.

À hora em que a comitiva saiu, numerosa e barulhenta, a mãe de Valdóro encostou-se à janela da varanda: ficou a olhar a poeira que a cavalgada levantava ao ar, quando já não podia ver filho muito querido; através do sofrer que a pungia, brilhava a esperança no futuro, e ela como que se via mais refrigerada, ao antever a volta daquele estremecido caboclinho feito doutor. O pai de Valdóro acompanhava a espaços os cantos da boca. Mas os sentimentos dos pais são coisas que não se descrevem...

Dobraram-se seis anos.

Alvoreceu um dia, como todos os dias alvorecem, vermelho para as bandas do nascente, cor de ouro para as bandas do ocaso, o qual dia já encontrou meio mundo acordado na fazenda. Havia um reboliço em cada canto a azáfama pela casa inteira. A mãe de Valdóro, diligente e risonha, andava dando ordens na cozinha, na varanda, na sala: não saísse puxa-puxa a bandeja de pés-de-moleque, tivessem bom ponto os queimados, e não queimasse o espera-marido! O Benedito, cuja carapinha como que se avermelhava às lavaredas do forno, acabava de compor um pernil de porco e um peru recheado: com ar vitorioso olhava a feitura, e com tal entusiasmo, que os frangos, patos, perdizes e a paca dantes aviados não lhe mereciam sequer um reparo mais. A Marcelina, pressurosa como nunca, varrera tudo e tal qual como quem varre uma igreja: podiam-se ver, por gosto, os cachorros do teto, as vigotas e os próprios espigões, porque o asseio era tão completo que estavam com jeito de novos.

À hora do almoço, ninguém chegou à mesa: ninguém tinha fome, pois a ideia fixa de todos era a volta do doutorzinho. A caboclada havia resolvido perder um dia de serviço e rodeava o povo da casa, pedindo o que fazer, oferecendo adjutório; um baldeava água; outro arranjava palmas de cedro e ramas de bananeira, para se enfeitarem as dependências da morada; outra catava flores de caeté, de lírios, de espirradeira e de ipês; outro tentava uns arcos de triunfo carregados de fitas, que tremiam ao vento, e os arcos eram muito frágeis, por serem de cana do reino; outro, afinal, mais engraçado ou mais afetuoso que os restantes, espalhava pelo pátio e por um longo trecho da estrada, folhas de manga e de jasmins do cabo.

Foi a essa hora que o pai do moço tornou do povoado. A primeira coisa que fez foi mandar ensilhar um cavalo baio-açafranado, que era bom demais: podia-se estar montado naquele baio com um copo d’água na mão, que a água nem bulia; passista legítimo, como aquele, decerto nunca se viu numas dez léguas em roda; então para levantar as mãos num terreno lançante, como ele, só ele mesmo – pois um cavalo braceiro assim até parecia impossível, tanto que o cavaleiro precisava ser toco, porque se fosse nervoso, ao tomar com as patas do animal nos estribos, caía pela certa; tinha o corpo cheio, estava um torresminho, luzidio que nem enganatico. No açafranado é que Valdóro havia de vir, e com pouco saiu o camarada que tinha de acompanhá-lo.

A Felipa do galinheiro escolhia os frangos maiores para molho-pardo e recheio, não obstante os que o Benedito aprontou: porque à última hora se viu que para o povaréu que aparecia eram necessárias, pelo menos, umas vinte cabeças. A ajudar a Felipa, rompeu um peva bulhento, pintando a saracura: aquilo pulava no pescoço ou na canela dos frangos, e fugissem! Naquele instante uns pares de parirus vieram beber no córguinho que passava ao fim do galinheiro – e a Felipa gritou para dentro da casa que até dava ares de ser de propósito, virem ali as pombinhas que Valdóro tanto apreciava, depois de se terem sumido por muitos dias e talvez meses! Não houve quem não concordasse com a Felipa.

Cantigas encantadoras se ouviam, cantadas por um terno de lavadeiras que ensaboavam e batiam roupa nas vizinhanças; houve um momento em que uma delas, a de peito mais limpo e de voz tão entoada que a gente cuidava estar escutando o som de uma flauta, disse uma quadra de amores que acabava trovando com seu doutor. E as outras lavadeiras então se riram; uma das três procurou saber:

— Pois você, Isa, ainda não se esqueceu do Valdóro? Não pense mais nele: fazendo das prateleiras de riba não a de ser pra nós, caipiras do mato. Largue mão disso!

— Mas o que hei de fazer – a Isa contraveio: − se o amor que tenho por ele a modos que cresce cada vez mais com a ausência? Eu quero esquecer-me: eu quero, mas não posso!

— Pode, é só querer. Você não sabe a distância que existe entre ele e você, agora que ele volta moço e formado: é um abismo, criatura!

A Isa deu de suspirar: pois não tinha certeza, mas como que adivinhava a impossibilidade de se amarem um rapagão dos trinques e uma rapariga sertaneja, que não sabia cumprimentar nem receber uma visita, e falava as palavras todas trocadas! São voltas que dá o mundo, são voltas que o mundo dá – é muita verdade o que diz esta trova! – ela cismava assim, — quando, no cume do morro da fazenda, se levantou a poeira, que havia de anunciar a chegada da comitiva.

Houve uma barafunda. A notícia correu à semelhança de um vento do sul, rápida e rumorosa. O povo aglomerou-se no terreiro, no pátio, às janelas e às portas: queriam todos ver com vinha o doutorzinho. E logo que ele apeou, junto à escadinha do casarão velho, e a mãe veio abraçá-lo, chorando de alegria, e o pai, muitas exclamações se ergueram de muitas partes:

— Olhai como ele está mudado!

— Como está magro, o pobre!

— Nos estudos a gente fica pálida: vejam só o rosto dele!

— Era tão risonho e vem tão sério, já se viu?

— E como vem cresçudo!

A Isa foi a última pessoa a dizer-lhe adeus. Quando ela lhe apareceu, vergonhosa, corada, e tremendo, Valdóro perguntou-lhe:

— Então, sou para você algum desconhecido, Isa? Dantes não era!

Ela aproximou-se, estendeu-lhe a mão direita, vexada demais, e nada pôde dizer. E parecia que um céu de felicidades se abrira de novo à coitada, só por ouvir do Valdóro uma frase amiga como os do passado. Afastou-se para um canto do pátio em que todos permaneciam ainda, e pegou a fuxicar as barras dum lenço; as fontes ruidavam-lhe tanto, e os ouvidos, que tinha medo de cair com uma vertigem. Chegou um momento em que, lembrando-se das admoestações das companheiras de havia pouco, pediu a Deus que, tal acontecesse, antes a fizesse cair ali mesmo e não alevantasse mais...

Para desmanchar o constrangimento que se apoderara de quase todos, só mesmo uma léria do Martinho. E foi realmente o Martinho quem acabou co meia tristeza que ensombrava o semblante daquele povo, clamando para o fundo da sua casa, que era perto:

— Repontem esses perus e marrequinhas pro galinheiro, porque o Valdóro já está na terra, e senão, temos gronga!

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