A PARÓDIA
As Notas
(Parodia de "As Pombas", de Raimundo Correia)
Vai-se a primeira
nota descuidada.
Vai-se outra mais...
mais outra... enfim, dezenas
de notas vão-se da
algibeira, apenas
raia contente o sol
da dinheirada...
E aos "30",
quando a "pronta" mascarada
grita, aos bolsos, de
novo, elas, serenas,
ruflando "aza...res",
sacudindo as ("penas"
voltam todas em bando
e em "re...bolada'...
Também voam da porta
sem dinheiro
O turco e o alfinete
e o sapateiro,
como as "notas",
em grande espalhafato...
E um dia o "zinho"
muda-se. Os credores
à sua casa voltam "furta-cores",
mas ele nunca mais,
que não é "pato".
JONNY DOIN (Revista Careta, 1930)
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O ORIGINAL:
As Pombas
Vai-se a primeira
pomba despertada...
Vai-se outra mais...
mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos
pombais, apenas
Raia sanguínea e
fresca a madrugada.
E à tarde, quando a
rígida nortada
Sopra, aos pombais,
de novo elas, serenas,
Ruflando as asas,
sacudindo as penas,
Voltam todas em bando
e em revoada...
Também dos corações
onde abotoam
Os sonhos, um a um,
céleres voam,
Como voam as pombas
dos pombais;
No azul da
adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos
pombais as pombas voltam,
E eles aos corações
não voltam mais.
RAIMUNDO CORREIA
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