A PARÓDIA
A M. Elle Bolívia
(Paródia ao “Lenço” de Guimarães Passos)
Este meu acre que
apertar procuras
De encontro ao magro
e descarnado seio
Há de levar-te (oh
desenlace feio!)
À mais triste e mais
rata das figuras.
Lute debalde a
procurar um meio
De evitar que te
metas em funduras,
Pois bem deves saber
que te aventuras
A ter o quengo
dividido ao meio.
Porém, oh minha
trêfega menina,
Se a belicomania te
alucina
Prepara as gambias
que verás bem cedo,
No cós das calças,
trêmulo, pegando
Ir pelo Acre, aos
toques de comando,
Pando fugindo, pálido
de medo!...
BASTOS TIGRE
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O ORIGINAL
Teu Lenço
Esse teu lenço que eu
possuo e aperto
De encontro ao peito
quando durmo, creio
Que hei de mandar-to
um dia, pois roubei-o
E foi meu crime, em
breve, descoberto.
Luto, contudo, a
procurar quem certo
Possa nisto servir-me
de correio;
Tu nem calculas qual
o meu receio,
Se, em caminho, te
fosse o lenço aberto...
Porém, ó minha vívida
quimera!
Fita as bandas que
habito, fita e espera,
Que, enfim, verás em
trêmulos adejos,
Em cada ponta um
beija-flor pegando,
Ir o teu lenço pelo
espaço voando,
Pando, enfunado,
côncavo de beijos!
GUIMARÃES PASSOS
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