A PARÓDIA
República Nova
(Paródia
ao soneto "Santa”, de Hermeto Lima)
Essa que passa por aí,
senhores,
De interventores
cheia e de tenentes,
É a Sereia ideal dos
meus amores,
A República dos dias
decorrentes.
Contam, que numa
tarde de esplendores,
Os Gaúchos de almas
refulgentes,
Da arrancada de
Outubro, vencedores,
Saudaram-na felizes e
contentes!
Acreditais talvez ser
fantasia ?
Digo que não! Eu
lembro até o dia,
Em que surgiu a
divinal donzela!
Vi o Washington em pranto
alucinado,
E o seu Getúlio tão entusiasmado,
Como se fosse o
namorado dela!
OSCAR ARRUDA (Revista "O Malho, 1933)
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O ORIGINAL
Santa
Essa que passa por aí, senhores,
de olhos castanhos e
fidalgo porte,
é a princesa ideal
dos meus amores,
a mais franzina
pérola do Norte.
Contam que, numa noite de esplendores,
a essa que esmaga o
coração mais forte
hinos cantaram e jogaram flores
as estrelas, em
mágico transporte.
Acreditais, talvez, ser fantasia!...
Eu vos direi que não... Em certo dia,
quando ela entrou na festival capela,
eu vi a Virgem mergulhada em pranto,
e o Cristo de Marfim fitá-la tanto,
como se fosse
apaixonado dela!
HERMETO LIMA
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