![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisvYQjsyk38L0GGxLmXf0T0QNR-X7-xSRTThOdlBYcyoRMfYY6dl1ulKrO8MDdhr9YMh3Mg3O3nra4TilOuceGj9yp0RgzJmgmr9ZKSI6QMElIfGRc2J8dT6QTWobe0L5fgEJms72Tfs04/s1600/taja-teo.jpg)
A mulher curiosa
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaHCiIe8KpZsG-BB-oI2WYNB_V0IM1grXS0HaixesMRi8fdWX0clJMdkV3tTSjHn5AyywfJ2yZWHibbye_WsKWt3eaCysxcPYpxehvptksANl2UKMYy2V8ZqQylb3G4pCxBqLCybabeDJR/s320/teofilo+braga+8.jpg)
— Oh meu compadre! disse ela
quando o vulto passou rente ao postigo; você empresta-me a sua tocha para acender
a candeia que se me apagou?
O vulto deu-lhe a tocha e foi
andando; acabada a procissão, a mulher foi para a cama, e não podia dormir;
quando alvoreceu, e se levantou, é que notou que o quarto estava alumiado com
uma luz acesa. Vai para certificar-se, era o braço de um defunto. A mulher
ficou trespassada de medo, e foi confessar o caso a um padre.
— É castigo da curiosidade;
agora é esperar que a procissão torne a passar daqui a oito dias, para entregar
ao seu compadre o braço do defunto.
Chegado o dia, a mulher
curiosa pôs-se ao postigo, e das duas para as três horas da madrugada passou a
procissão dos defuntos do mesmo feitio, sem fazer barulho.
Quando ela viu aproximar-se o
vulto do compadre, estendeu o braço e entregou-lho. A procissão desapareceu ao
cabo da rua, e quando amanheceu foram dar com a mulher morta debruçada ao
postigo. Todos os que a conheciam disseram pela mesma boca: — Foi castigo, foi
castigo.
(Algarve)
---
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
Pesquisa e atualização ortográfica: Iba Mendes (2019)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sugestão, críticas e outras coisas...