8/28/2019

Manoel Antônio Álvares de Azevedo (Biografia)



Manoel Antônio Álvares de Azevedo

Filho legítimo do Dr. Ignácio Manoel Álvares de Azevedo e D. Maria Luíza da Motta Azevedo, Manoel Antônio Álvares de Azevedo nasceu na cidade de São Paulo, aos 12 de setembro de 1831, quando seu pai seguia o curso da escola jurídica.

Demonstrou desde a infância extraordinária inteligência.

Trazido para o Rio de Janeiro, donde seu pai era natural e onde seguiu por alguns anos a carreira da magistratura, que abandonou depois pela advocacia, começou na capital do Império a sua educação literária, com admiração de todos os seus mestres, a quem surpreendiam seu raro talento e brilhante imaginação...

Em 1845, feitos os necessários exames, matriculou-se no quinto ano do Imperial Colégio D. Pedro II, e em 1847 tomou o grau de bacharel, em Letras.

Em 1848 matriculou-se no primeiro ano do curso jurídico de São Paulo, onde trava amizade, entre outros, com José de Alencar e Bernardo Guimarães.

Como  poeta o prosador, Álvares de Azevedo deixou composições que enchem três volumes, publicados depois de sua morte. Poeta e prosador era o gênio espontâneo que se estreava sem pretensões e como escrevendo ao acaso e de improviso.

E é preciso não esquecer que todas essas composições são perfumes da infância, e, apenas algumas, filhas dos seus vinte anos de idade. Tudo quanto escreveu foi a primeira flor de primavera apenas a desabrochar; nenhuma de suas composições foi fruto sazonado. E no entanto, que poderosa fantasia!... que ideias arrojadas e às vezes estupendas!... que imaginação vulcânica, que inspirações muitas vezes tão suaves e delicadas!...

O seu lugar estava marcado entre os primeiros poetas da língua portuguesa, se a morte o não tivesse roubado tão cedo à pátria.

A sua evidente predileção por Byron foi causa de alguns defeitos que se notam em composições poéticas em que ostenta certa originalidade extravagante; mas ainda nelas flameja a sua romanesca e rica imaginação.

E sempre que Álvares de Azevedo poetou deixando-se levar pelo próprio gênio, e livre da influência dos grandes poetas que amava, melhor e mais puro se revelou pela originalidade e pelo sentimento.

A sua última poesia, Canto do Cisne, inspirada dias antes de adoecer pela ideia do próximo termo de sua vida, foi a seguinte:

SE EU MORRESSE AMANHÃ

Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!

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