11/03/2019

Afrânio Peixoto: Dom Pedro II (História do Brasil)



Dom Pedro II

Constituído o ministério, de que faziam parte dois Andradas, Antônio Carlos e Martim Francisco, conspiradores pela maioridade (José Bonifácio, o ex-tutor, falecera em 38), o primeiro grande ato do monarca é a anistia geral, de 22 de agosto de 40. Motins em São Paulo e Minas em 42, contra os quais é mandado o Barão de Caxias, que consegue vitórias e pacificação. Mandado contra o Rio Grande, vence em Triunfo e Camaquan os rebeldes republicanos, que Bento Manuel desbarata em Ponche Verde, e Marques de Sousa, depois Conde de Porto Alegre, em Piratinim, e Pedro de Abreu, depois de Jacuí, também rechaça. Tratam então de paz com o Governo, e Canabarro, pelos insurrectos, e Caxias, pelo Governo Imperial, proclamam o fim da revolta: durara mais de nove anos (34-45). Em Pernambuco, em 48, sublevam-se rebeldes no Pau de Alho, sendo um dos chefes o Desembargador Joaquim Nunes Machado, prisioneiro na investida contra a capital da província, defendida pelo presidente Manuel Vieira Tosta, depois Barão de Muritiba, e General José Joaquim Coelho.
Com a Cisplatina não se acabaram nossas intervenções no Prata. Dois partidos ou facções, Colorados e Blancos, disputam o poder, no Uruguai. João Manuel Rosas, o tirano da Argentina, é contra os Colorados e os Brasileiros seus parciais, que lhe contrariam os planos de dominação. Em 51 o Governo Imperial intervém, associando-se a Rivera e Urquiza, contra Oribe e Rosas. Caxias, Porto Alegre e o Almirante Grenfell invadem o território do Uruguai, batem Oribe em Las Piedras e ocupam Montevidéu; com Urquiza forçam Toneleros, batendo completamente Rosas em Monte Caseros: o tirano foge num navio britânico para a Inglaterra (51). O nosso lucro foi apenas a demarcação da fronteira.
A questão Christie é de 62. No Rio Grande do Sul naufraga em 61 uma barca inglesa, Prince of Wales, cujos salvados, atirados à praia, são roubados; na Tijuca, três oficiais da fragata inglesa Fort, passeando à paisana, são presos: o Ministro britânico William Dougal Christie pede, a 5 de dezembro de 62, indenização e satisfação. Julgadas insuficientes, o Governo Inglês apreende cinco embarcações brasileiras, levadas para Las Palmas. O brio nacional despertado agita-se em publicações veementes: a Leopoldo I, rei dos Belgas, é devolvida a arbitragem, pela qual o Brasil paga 3.200 libras de indenização (63). Aos bons ofícios de Portugal, restabelecem-se as relações diplomáticas entre a Inglaterra e o Brasil.

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