5/03/2025

O ratinho reconhecido (Conto), de Figueiredo Pimentel


O RATINHO RECONHECIDO

Por montes e vales desertos, em longa jornada, seguindo sempre a pé, caminhava um pobre mascate.

Tinha a bolsa vazia, achava-se longe de qualquer habitação, e só possuía um pedaço de pão poupado ao seu jantar da véspera.

Perto de uma fonte sentou-se e começou a sua refeição, sem saber se poderia fazer segunda naquele dia.

Enquanto ali estava, viu aproximar-se um ratinho, que ergueu a cabecinha, com ar suplicante, como para lhe pedir esmola,

— Pobre animalzinho! És ainda mais desgraçado do que eu! Eis tudo quanto me resta, mas não comerei sem ti... —  exclamou.

Partiu um pedaço de pão, que atirou ao camundongo.

Acabando de almoçar, foi beber à fonte, e, quando regressou, viu que o ratinho carregava, uma por uma, pequenas moedas de ouro. Já havia trazido três e ia buscar a quarta.

O mascate acompanhou-a, alargou o buraco por onde o animalzinho entrava e encontrou um tesouro.



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Iba Mendes Editor Digital. São Paulo, 2025.

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