O RATINHO RECONHECIDO
Por montes e vales desertos, em
longa jornada, seguindo sempre a pé, caminhava um pobre mascate.
Tinha a bolsa vazia, achava-se
longe de qualquer habitação, e só possuía um pedaço de pão poupado ao seu
jantar da véspera.
Perto de uma fonte sentou-se e
começou a sua refeição, sem saber se poderia fazer segunda naquele dia.
Enquanto ali estava, viu
aproximar-se um ratinho, que ergueu a cabecinha, com ar suplicante, como para
lhe pedir esmola,
— Pobre animalzinho! És ainda mais
desgraçado do que eu! Eis tudo quanto me resta, mas não comerei sem ti... — exclamou.
Partiu um pedaço de pão, que atirou
ao camundongo.
Acabando de almoçar, foi beber à
fonte, e, quando regressou, viu que o ratinho carregava, uma por uma, pequenas
moedas de ouro. Já havia trazido três e ia buscar a quarta.
O mascate acompanhou-a, alargou o
buraco por onde o animalzinho entrava e encontrou um tesouro.
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Iba Mendes Editor Digital. São Paulo, 2025.
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