Piedosa e honesta viúva tinha uma
filha muito boa e gentil, a quem amava sobre todas as coisas, sem poder
separar-se dela um só instante sequer.
A interessante menina, porém,
enfermou, e morreu pouco depois.
Ao vê-la partir, a pobre mãe que
havia velado dia e noite, durante toda a sua enfermidade, sentiu-se possuída de
inexprimível dor. Não quis tomar alimento algum, e sem cessar chorava e
lamentava-se amargamente.
Uma noite, em que se achava mais do
que nunca entregue à dor e ao desespero, no próprio lugar em que a filha
exalara o último suspiro, a porta do quarto abriu-se, e viu aparecer a querida
mortazinha, com um olhar e um sorriso de anjo.
Trazia na mão um vaso cheio até as
bordas e dirigiu-lhe a palavra:
— Oh! minha mãe, não chores mais!
Vê: o Anjo do Luto e da Dor recolheu neste vaso todas as tuas lágrimas. Se
chorares ainda, elas transvasarão, correndo sobre mim, e perturbando o meu
repouso no túmulo e a minha felicidade no Céu.
A menina desapareceu. A mãe
acalmou-se, e deixou de chorar, para não perturbar a alegria de sua filha, no
Paraíso.
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Iba Mendes Editor Digital. São Paulo, 2025.
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