5/31/2017

Rémy Chauvin: "O Darwinismo ou o fim de um mito"


Rémy Chauvin:  "O Darwinismo ou o fim de um mito"
Com esta obra, o mundialmente conhecido biólogo, Rémy Chauvin, traz à tona as inúmeras fragilidades do darwinismo, abrindo espaço para um debate que há muito já deveria ter-se iniciado.
Embora rechace as pretensões darwinistas de lídima ciência, Chauvin não pretende oferecer uma alternativa a Darwin. Segundo ele: "não há apenas dois partidos, mas três: acreditar em Darwin, acreditar na criação sob a forma mais ingênua, ou o terceiro partido, o mais objetivo: confessar que se sabe demasiadamente pouco para se poder avançar uma conclusão, seja qual for... Esta última conclusão é a que tem a minha preferência, e não sou o único a aderir a ela". Vejamos alguns enxertos da referida obra:
Evoquei atrás o espanto que tomou conta de mim quando testemunhei, pela primeira vez na minha vida, o desvio darwinista para a violência nas conversas, e mesmo para a injúria. Teremos de admitir que esta tendência vai generalizar-se, pelo menos em certos meios? Penso que sim, e poderá constatá-lo quem ler Dawkins ou Dennett (já Monod manifestava esta tendência); aliás, foi por isso que lhes conferi um tão grande destaque, para que os leitores se não habituem a considerar o darwinismo como uma teoria igual às outras. Ele é muito mais do que isso...
Falava Dennett das “perigosas ideias de Darwin”, que comparava com um ácido que corrói subtilmente todas as velhas fórmulas e todas as velhas crenças. Com efeito, foi nisso que o darwinismo se transformou (Darwin não ignorava que isso aconteceria) e Dennett alegra-se com esse fato, porque o seu ideal é o materialismo integral.
[...]
E, com efeito, eis a situação que «profetas» indiscretos como Monod, Dawkins e Dennett não consideraram seriamente: uma grande parte dos nossos concidadãos (e a quase totalidade daqueles que não têm cultura científica, isto é, a maioria, em consequência do fracasso do nosso sistema de ensino) tem medo, e por vezes horror à ciência; sobretudo por causa da bomba atômica e da poluição, mas o seu medo vai muito para além destes temores, afinal justificados: porque os perigos do átomo e da poluição resultam da ciência e do produtivismo industrial, que dela decorre diretamente. Qualquer campanha anticientífica tem um eco imediato, que me assusta.
Na verdade, as pessoas não gostam de nós; alguns cientistas disseram realmente demasiadas tolices, que não procediam da ciência, mas apenas das suas preferências filosóficas pessoais. Se de fato a ciência dá do mundo uma imagem insuportável, se priva a vida do seu sentido (e é claramente essa a conclusão do livro de Monod, sem esquecer o eco que dele fazem Dawkins e Dennett), suprimamos a ciência! É muito fácil, basta reduzir os financiamentos aos laboratórios.
Será isso impossível e inoperante? Realmente? Suponhamos que o governo, acossado por preocupações financeiras, decide reduzir o orça mento da investigação (que é o que está já a fazer). Pensa o leitor que a população se preocuparia com isso? Acha que uma manifestação de investigadores que exigissem financiamento provocaria grande emoção? Mas então, para sossegar as pessoas, deveremos regressar ao bom velho criacionismo?
Naturalmente que isso seria completamente absurdo, tanto mais que o criacionismo não explica coisa alguma, o mesmo acontecendo com o darwinismo, como veremos adiante. Pretender que o Deus criador auxiliou pessoalmente o Ichtyostega a sair do oceano no devoniano não nos ajuda a compreender o que se passou; ora, é isso que a ciência deseja antes de mais: compreender o mecanismo interno e fisiológico que suscitou esse fenômeno.
Na realidade, os criacionistas atuais procedem com base numa teologia absolutamente ingênua, à qual a religião há muito renunciou. Na teologia moderna, a matéria depende do Deus criador, mas Deus não depende da matéria. O próprio ato criador está rodeado de um mistério profundo e, se Deus viesse explicar-no-lo, seria trabalho perdido, porque não o compreenderíamos! Deus esteve na origem dos mecanismos sublimes que nós procuramos desvendar; e o pouco que deles compreendemos faz-nos mergulhar na admiração... Mas a sua origem continua rodeada de bruma, e eu quase diria, parafraseando Pascal, que “o mistério eterno destes mecanismos infinitos assusta-me”.
O que é preciso fazer é estudar, procurar compreender. E abandonar o orgulho. Ainda sabemos muito poucas coisas; não sabemos o suficiente para vaticinarmos e pretendermos, como os darwinistas, que já compreendemos tudo, ou que possuímos a teoria definitiva, que é a mesma coisa”.

É isso!
Iba Mendes
São Paulo, 2012.

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