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As duas cachorras
Moravam no
mesmo bairro. Uma era boa e caridosa; outra, má e ingrata. A boa, como fosse
diligente, tinha a casa bem arranjadinha; a má, como fosse vagabunda, vivia ao
léu, sem eira nem beira.
Certa vez a
má, em véspera de dar cria, foi pedir agasalho à boa.
— Fico aqui
num cantinho até que meus filhotes possam sair comigo. É por eles que peço...
A boa
cedeu-lhe a casa inteira, generosamente.
Nasceu a
ninhada, e os cachorrinhos já estavam de olhos abertos quando a dona da casa
voltou.
— Podes
entregar-me a casa agora?
A má pôs-se
a choramingar.
— Ainda não,
generosa amiga. Como posso viver na rua com filhinhos tão novos? Conceda-me um
novo prazo.
A boa
concedeu mais quinze dias, ao termo dos quais voltou.
— Vai sair
agora?
— Paciência,
minha velha, preciso de mais um mês.
A boa
concedeu mais quinze dias, e ao terminar o último prazo voltou; mas desta vez a
intrusa, rodeada dos filhos já crescidos, robustos e de dentes arreganhados,
recebeu-a com insolência:
— Quer a
casa? Pois venha tomá-la, se é capaz...
Para os maus, pau!
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Fonte:
Do livro "Fábulas e Histórias diversas"
Pesquisa e adequação
ortográfica: Iba Mendes (2018)
Estou numa viba de Monteiro Lobato HAHAAH.
ResponderExcluirAdoro essas fábulas deles! Parabéns por postar!
Também tenho um blog de histórias :)
https://www.jessicaiancoski.com/